O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na segunda-feira (13) que as medidas de isolamento social mais restritivas para combater o novo coronavírus, que já causou cerca de 15 mil mortes no país, continuarão em vigor até 11 de maio, ao menos. O país está em quarentena praticamente completa desde 16 de março.
“Quando poderemos retomar a vida de antes?”, perguntou em um discurso televisionado antes de responder: “Não temos resposta definitiva para isso”. E assinalou que a impossibilidade de responder com mais precisão se explica porque “estamos longe da imunidade coletiva”, ou seja, a fase em que o vírus perde seu efeito devastador. Macron avaliou que, inclusive depois de 11 de maio, “viveremos vários meses com o vírus”. O presidente reconheceu igualmente as situações “erradas” na falta e na distribuição de máscaras para o pessoal médico, “as debilidades logísticas” que toda a população constatou e sofreu e o fato de que não “estávamos preparados” para a pandemia.
“Esperamos que o 11 de maio próximo seja o início de uma nova etapa. Será progressiva e as regras poderão ser adaptadas em função dos resultados”, disse o presidente. “Haverá que construir uma independência agrícola, sanitária, industrial e tecnológica francesa e mais autonomia para nossa Europa”, acrescentou.
Contraditoriamente com todas essas autocríticas e cuidados propostos, Emmanuel Macron disse que a partir de 11 de maio a França reabrirá “progressivamente” as creches e escolas do país, mas as universidades, restaurantes e cafés permanecerão fechados.
Desde há quatro semanas, os 67 milhões de franceses estão isolados em suas casas e só podem sair para trabalhar nos setores estratégicos, de saúde e segurança públicas ou realizar atividades básicas como comprar comida, medicamentos ou uma hora de exercício físico diário.
No discurso, Macron ainda anunciou a intenção de, em conjunto com outros países europeus, perdoar as dívidas de países africanos como forma de ajudar o combate à Covid-19 no continente.
Dados da Universidade Johns Hopkins mostram que a França registra mais de 137 mil casos confirmados do novo coronavírus.