O Comando Conjunto Leste do Exército Brasileiro enviou ofício a prefeituras do interior do Rio de Janeiro e do Espírito Santo em que pede levantamento, em caráter de urgência, sobre a capacidade de sepultamento em massa desses municípios. O questionamento foi relatado pelo prefeito de Três Rios, município da região serrana fluminense, Josimar Salles (PDT), traz imagens do levantamento estatístico, que segundo ele demonstra que o Exército teme a “possibilidade de um caos na nossa saúde pública”.
O prefeito revelou a cópia do ofício circular “DIEx nº 185-SubSeçCons/SeçSvMil/Cmdo 1ª RM”, assinado pelo coronel Luís Mauro Rodrigues Moura, chefe da Seção de Serviço Militar.
Neste ofício, “datado do dia 09 de abril de 2020, em caráter URGENTISSIMO”, o coronel recomenda aos chefes dos Postos de Recrutamento e Mobilização das conhecidas Juntas de Serviço Militar (JSM) que busquem tais informações junto às prefeituras.
Os documentos foram endereçados a diferentes postos de recrutamento e mobilização que estão sob ingerência da 1ª Região Militar do Comando Militar do Leste.
“Em atenção ao documento contido na referência, solicito aos senhores chefes dos postos de recrutamento e mobilização o apoio das juntas de serviço militar para que seja realizado um levantamento de dados estatísticos referentes à quantidade de cemitérios, disponibilidade de sepulturas e capacidade de sepultamentos diários em suas respectivas áreas de responsabilidade”, diz o documento, assinado pelo coronel Luiz Mauro Rodrigues Moura, chefe da sessão de serviços da 1ª Região Militar, que abrange os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
O prefeito de Três Rios citou o documento em uma rede social para reforçar a gravidade da pandemia. “Temos plena consciência das dificuldades que estaremos enfrentando nos próximos meses e, talvez, nos próximos anos. Diante de um documento como este, vindo de uma instituição das mais respeitadas do Brasil, o Exército Brasileiro, pedindo informações sobre a nossa capacidade de sepultar pessoas, não posso, de forma alguma, afrouxar as nossas medidas. Porque, se o Exército está perguntando isso, é porque estão fazendo levantamento estatístico diante da possibilidade de um caos na saúde pública não apenas do Brasil, mas também do mundo”, disse.
Veja o vídeo: