O destróier norte-americano USS Kidd está se dirigindo de volta a um porto após o Pentágono confirmar que um marinheiro testou positivo para a Covid-19 e foi evacuado do navio. Pelo menos 18 marinheiros estão infectados, registrou a Reuters
O Kidd estava desempenhando uma missão no Pacífico Oriental e seu retorno é para que seja rapidamente desinfetado e a tripulação obtenha cuidados.
Anteriormente, a tripulação do porta-aviões nuclear Theodore Roosovelt foi posta sob confinamento em Guam, com 856 tripulantes contaminados a bordo, inclusive o capitão Brett Crozier. Um marujo morreu de Covid-19 e quatro continuam hospitalizados.
Crozier foi afastado do comando, por ter enviado carta a três almirantes pedindo ajuda para sua tripulação ser socorrida, e foi aclamado como heroi ao deixar o porta-aviões.
A desastrada gestão da crise, concentrada em jogar a culpa sobre Crozier, levou à renúncia do chefe interino da Marinha, Thomas Modly.
Como Crozier advertira, no interior de um navio de guerra não há como manter o distanciamento imprescindível para evitara propagação da doença.
Na sexta-feira a Marinha dos EUA recomendou ao Pentágono reconduzir o capitão Crozier, após inquérito preliminar sobre o episódio. A decisão agora está em mãos de Mark Esper, secretário da Defesa de Trump, registrou a Reuters, citando fontes da força naval sob anonimato.
As forças armadas norte-americanas já perderam outro homem para a Covid-19: um integrante da Guarda Nacional. Há rumores de surtos a bordo de outros navios, como o porta-aviões Ronald Reagan.
O mais recente surto de coronavírus na Marinha norte-americana acontece dias após o presidente Trump ameaçar esta semana “afundar [navios iranianos]” se eles ameacem qualquer navio de guerra dos EUA.
A resposta de Teerã foi dizer que Washington deveria focar seus esforços em combater a pandemia, ao invés de provocar o Irã.
Militares de outros países também têm sido afetados. Na França, cerca de 1 mil tripulantes do porta-aviões Charles de Gaulle e de sua escolta estão em confinamento, por infecção de Covid-19. 24 marinheiros estão hospitalizados, com um em condição crítica. 545 apresentaram sintomas.
Na Rússia, 10 mil soldados, que participavam em Moscou dos ensaios para a parada dos 75 anos da vitória sobre Hitler na II Guerra – aliás, adiada em consequência da pandemia – foram postos em quarentena para prevenir contágios. Moscou é a região russa mais afetada pelo coronavírus.