A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de uma investigação sobre o senador José Serra (PSDB-SP), baseada em depoimento dos executivos da J&F, grupo controlador do frigorífico JBS.
Joesley Batista, um dos donos da empresa, disse que, em 2010, o tucano pediu doação de R$ 20 milhões para sua campanha à Presidência da República. Segundo Batista, somente R$ 13 milhões foram doados oficialmente; cerca de R$ 6,4 milhões teriam sido doados por meio de repasse a empresas que emitiram notas frias e sem declaração na prestação de contas, o que configuraria o crime de caixa 2.
Ao pedir o arquivamento, a Procuradora considerou que o crime já teria prescrito, isto é, não poderia mais ser punido em razão da demora para investigar e eventualmente denunciar o fato. Como o senador tem mais de 70 anos de idade, a prescrição ocorreu 6 anos após a campanha, em 2016.
“Ou seja, desde o requerimento de abertura de inquérito, o fato estava prescrito. Por evidente, não há como prosseguir com a investigação. Ante o exposto, manifesto-me pelo arquivamento do presente inquérito”, escreveu a procuradora.