A Arquidiocese de Aparecida também alertou para o uso oportunista, por parte de Jair Bolsonaro, da festa da padroeira do Brasil no próximo dia 12
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota, nesta terça-feira (11), na qual lamenta “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano. Também a Arquidiocese de Aparecida alertou para o uso oportunista da festa da padroeira do Brasil no próximo dia 12.
Desde muito cedo, nesta campanha eleitoral, e até mesmo antes, Jair Bolsonaro vem manipulando grosseiramente a fé religiosa da população brasileira na tentativa de atingir os seus objetivos políticos. Ele usa a religião para atacar seus adversários e disseminar mentiras e calúnias contra o líder das pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país. “Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno”, diz a nota da presidência da CNBB.
“Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos”, acrescenta a entidade que representa a voz dos bispos brasileiros.
A nota é assinada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB; por Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS) e Primeiro Vice-presidente da CNBB; Dom Mário Antonio da Silva, Arcebispo de Cuiabá (MT) e Segundo Vice-presidente da CNBB e por Dom Joel Portella Amado, Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) e Secretário-geral da CNBB.
Leia o pronunciamento da CNBB na íntegra:
NOTA DA PRESIDÊNCIA
“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)
Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.
A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.
Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB