As principais centrais inglesas, Unite e TUC, denunciam elevada inflação atingindo preços nos supermercados que, por sua vez, engordam lucros chegando a dobrar preços em um ano
O índice da inflação inglês, CPI, mostra que os preços dos alimentos subiram a uma taxa média de 15% enquanto os salários – em meio a greves que mobilizam desde médicos a ferroviários – tiveram reajustes de apenas 7,8%.
Para as centrais uma queda geral da inflação anunciada pelo Escritório Nacional de Estatísticas de 7,9% para 6,8% (anualizada no mês de julho) mascara as perdas salariais com a inflação, devido às perdas com alimentos, durante todo o período de um ano. O custo com aluguéis também influi nas perdas com uma taxa acima de 9%.
Isso, acrescentam as declarações dos líderes das centrais Unite e TUC, também deve incluir custo com restaurantes e voos, que ultrapassam os reajustes.
Sharon Graham, secretária-geral da central Unite, diz que os trabalhadores não serão enganados pelos números gerais pois sentem no bolso os custos que os atetam: “O governo, o Banco da Inglaterra e as corporações, que elevam seus lucros, tentarão usar estes números para dizer ao povo que a crise foi superada, mas não enganarão os trabalhadores que veem os preços e os lucros subindo muito mais rápido que os salários”.
Para ela a renda dos assalariados deve parar de ser agredida pelos que governam e o fazem elevando juros e adotando políticas de arrocho. Em vez disso, diz Sharon, “deve haver uma política de atenção aos lucros das corporações que provocam esta elevação sem fim no custo de vida”.
Paul Nowak, da cental TUC, destaca que não há uma política de industrialização que produza empregos de qualidade e melhores salários e “muitos desafios permanecem não atingidos por muito tempo. Precisamos de um governo que lance um plano crível que ofereça empregos decentes e bem pagos por todo o país e os conservadores não produziram nenhum”.
A parlamentar da oposição, Rachel Reeves, também afirma que a “a inflação britânica permanece mais alta do que diversas outras economias”.
Note-se que a disparada inflacionária teve como causa básica a submissão a Washington com a adoção da Inglaterra, assim como fizeram outros países da Europa, às sanções russofóbicas.
“Após 13 anos de caos econômico e incompetência sob os conservadores, os trabalhadores estão em piores condições, com estouro nas constas de luz e preços nas lojas”, alerta Rachel.
Sue Davies, ativista e especialista em defesa do consumidor, denuncia “elevação alarmante nos preços dos supermercados”.
“Está nas mãos dos supermercados diminuir a pressão gigantesca que os consumidores enfrentam agora, atingindo especialmente as famílias de baixa renda que estouram seus orçamentos nas lojas que vendem cada vez mais caro”.
