Com as prisões do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e de Gilmar Santos, pastor da propina, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) retomou a coleta de assinaturas para investigar a roubalheira no MEC
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que Bolsonaro tentou impedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a roubalheira no Ministério da Educação, quando o escândalo dos pastores corruptos explodiu.
“É compreensível agora porque o Governo Bolsonaro se esforçou tanto para retirar assinaturas da CPI do MEC. Ainda em abril, nós precisávamos apenas de mais DUAS. Agora sabemos a razão! O Bolsolão do MEC já é o maior escândalo de corrupção da história!”, escreveu o senador no Twitter.
Com as prisões, Randolfe retomou a coleta de assinaturas da CPI. Ele informou que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) assinou o requerimento de abertura de CPI e agora só falta uma para completar as 27 necessárias para protocolar.
“URGENTE! O Senador Eduardo Braga (AM) acaba de assinar o requerimento de abertura da #CPIdoMEC. Agora falta apenas UMA assinatura para que a CPI seja aberta!”, informou.
Randolfe ainda postou trecho de live de Bolsonaro em que ele disse: “Eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton”. “Estão fazendo uma covardia com ele”, declarou em março. Agora, com a prisão, Bolsonaro diz: “Ele responde pelos atos dele”.
Na manhã desta quarta-feira (22), o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. O pastor Gilmar Santos, ligado a Bolsonaro, também foi preso.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que recebiam propina pela liberação de verbas do MEC para prefeituras. Eles atuavam no ministério, sem ter cargos, com autorização de Bolsonaro.
Em áudios vazados, gravados em uma reunião com prefeitos no Ministério, o então ministro Milton Ribeiro diz que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura tinham prioridade na distribuição de recursos por ordem de Bolsonaro.
“A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse Milton Ribeiro em um áudio divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo. “Por que ele? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, relatou o ministro.
Prefeitos confirmaram que os pastores cobravam propina para liberar verbas para os municípios.