O ex-deputado federal Aldo Rebelo (sem partido) anunciou que é pré-candidato à Presidência da República, se opondo a Jair Bolsonaro e Lula e levantando as bandeiras da “volta do desenvolvimento, combater as desigualdades e valorizar a democracia”.
Rebelo diz que não está tentando representar a “terceira via”.
“Terceira via não tem mais vaga. Minha pré-candidatura é de uma agenda que pode unir amplamente o País. Não é da esquerda nem da direita. Não é identitarismo nem da guerra cultural”, afirmou.
Aldo Rebelo já foi deputado federal, presidente da Câmara e ministro da Defesa, do Esporte e da Ciência e Tecnologia.
Tendo passado pelo PCdoB, onde atuou por mais de 40 anos, pelo PSB e pelo Solidariedade, Aldo Rebelo está, hoje, sem partido. “Eu acho que assim é possível a realização de um debate sem preconceitos e com maior amplitude em torno de uma agenda que seja um denominador comum para o Brasil voltar a crescer”, comentou.
Em entrevista ao Estadão, o ex-presidente da Câmara disse que não acredita que Jair Bolsonaro vai conseguir dar um golpe e que esse plano é “alucinado”.
“Só alucinados imaginam que podem instalar uma ditadura para chamar de sua no Brasil. Qual a corporação que vai reunir forças, energias políticas e materiais para impor uma ditadura no Brasil? Não estamos em 1964”.
Jair Bolsonaro “pensa que foi eleito para fazer a guerra cultural, para brigar com os chineses, com os americanos, com os franceses, com os argentinos, com os venezuelanos, com bolivianos e peruanos. Esse é o problema”.
“O problema que eu vejo no PT é outro. Os pobres elegem os governos do PT para melhorar a vida, a educação, saúde e segurança e a classe média petista da Vila Madalena acha que o presidente foi eleito para fazer a agenda identitária, que é minoria na sociedade”, continuou.
Ainda na entrevista, Rebelo disse que o incêndio da estátua de Borba Gato, que ficava na zona sul de São Paulo é “resultado da nossa desorientação”.
“A impotência para construir o futuro leva os desesperados a tentar o passado. Você não sabe como construir o futuro, então você se volta para o passado, que deve ter alguma responsabilidade pela sua desorientação, pelas suas frustrações, pelo seu fracasso”, concluiu.