A Amazônia teve o maior número de focos de incêndio registrados para o mês de junho em 15 anos. Segundo dados atualizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), na quinta-feira (30), foram 2.430 focos registrados.
No acumulado do ano, já são 7.401 focos registrados, número 15% maior do que o mesmo período do ano passado, quando foram computados 6.387 focos entre janeiro e junho.
O mês de junho marca o início da estação seca no bioma, mas ainda não o período mais crítico. Os maiores números de queimadas – e desmatamento – são historicamente registrados entre agosto e novembro, quando a estiagem se intensifica, facilitando as mudanças no uso do solo e dando combustível às chamas.
Todos os meses de junho sob o governo Bolsonaro apresentaram aumento de queimadas na Amazônia. Em junho de 2019, foram 1.880 focos. No mesmo mês de 2020, foram 2.248 focos e, em 2021, o número chegou a 2.308. O recorde para o mês é de 9.179 focos, em 2004.
Os dados também são consistentes com os alertas de desmatamento, que já subiam no mês anterior. Em maio, o desmatamento da Amazônia bateu um recorde parecido, com o pior número dos últimos 15 anos, segundo o Imazon. O desmatamento foi de 1.476 km², o que representa 44% do acumulado do ano, com uma devastação 31% superior ao do mesmo período do ano passado.
As queimadas no Cerrado também dispararam no mês de junho, quando foram registrados 4.138 focos. Um aumento de 10% para o mês em relação ao ano anterior (3.769).
Em maio foram computados 3.578 focos, a maior cifra já registrada pelo INPE para o período desde 1998, ano em que começou a série histórica.
No acumulado do ano, o número de queimadas no Cerrado já chega a 10.768, número 11% maior do que o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 9.568 focos entre janeiro e junho.
O Pantanal também apresentou alta no número de incêndios, segundo o INPE. Entre janeiro e junho, foram monitorados 503 focos, número 35% maior do que o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 371 focos.