Em Buenos Aires, uma gigantesca marcha pelo Dia de São Caetano, padroeiro do Pão e do Trabalho, fez o longo percurso entre a Igreja que leva seu nome até a Praça de Maio, condenando a gravíssima situação social do país, com cartazes que diziam “35% de pobres, 8% de indigentes queremos justiça, pão e trabalho”.
Os movimentos Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), Somos Bairros de Pé, Frente Popular Darío Santillán, junto a entidades sindicais e religiosas, marcharam expressando seu rechaço às políticas do governo Macri.
«Vamos até o centro político onde está o governo que nos esfomeia dia após dia nos bairros, onde temos os ‘tarifaços’ que fazem impossível pagar as contas de luz, água e gás; a problemática enorme da moradia, da saúde e tantas outras que se acirraram neste governo», assinalou Diego Markus da CTEP, enquanto avançavam as enormes colunas de manifestantes desde a Igreja de São Caetano, na fronteira da capital argentina com a cidade de Liniers, marchando até o centro portenho.
“O aumento da pobreza e da fome não é uma catástrofe natural, é o resultado de uma política deliberada de arrocho, destruição do mercado interno, proteção dos monopólios e cumplicidade com os especuladores financeiros. Todos os meses o Estado paga o equivalente a seis milhões de aposentadorias mínimas em juros, mais de seis milhões de salários mínimos por serviços de dívida. Isso quando a dívida mais urgente é com os pobres”, afirmaram as entidades em documento.
Os organizadores do protesto, que desde 2016 se manifestam nessa data, exigiram a aprovação de leis já apresentadas no parlamento nacional e ainda não tratadas, como programas de infraestrutura social através de cooperativas de trabalho, promoção da agricultura familiar, emergência alimentar. Também exigiram aumento de salários, superados pela enorme inflação.
No texto, as entidades esclarecem o sentido de cada uma das palavras que resumem as reivindicações da marcha: um lema que unifica a antiga consigna de Pão, Paz e Trabalho que foi erguida para protestar, mobilizar e desafiar a repressão da última ditadura e que apresenta o programa das 3 T (Terra, Teto e Trabalho) “que une o Papa Francisco com os movimentos populares de todo o mundo”.
SUSANA LISCHINSKY
