A morte de George Floyd, o segurança negro que foi brutalmente assassinado por asfixia por um policial que lhe aplicou o joelho sobre o pescoço no início desta semana em Minneapolis, no estado de Minnesota, levou a manifestações de protesto em várias cidades dos Estados Unidos que já estendem por três dias consecutivos.
Em Nova York, na quinta-feira (28), pelo menos 30 manifestantes foram presos após enfrentarem-se com agentes policiais. Segundo os meios locais, as detenções aconteceram em Union Square, Manhattan. Depois de reprimirem este protesto, as forças policiais, se dirigiram a outras concentrações perto das sedes da Polícia e da Prefeitura.
Bill de Blasio, prefeito da maior cidade dos EUA, que já havia postado no twitter que Floyd foi “assassinado à plena luz do dia”, constatou depois: “Se George fosse branco, estaria vivo neste momento”.
Os protestos em Nova York se desataram pouco depois das manifestações de quarta-feira em Los Ángeles (Califórnia), onde muitos participantes tentaram bloquear uma rodovia e destruíram um veículo policial. Os manifestantes repetiram a frase “não consigo respirar”, com a qual Floyd implorou pela vida, assim como já ocorrera em 2014 com o vendedor ambulante Eric Garner, morto em condições similares em Nova Iorque.
Floyd foi asfixiado por um policial branco em Minneapolis na segunda-feira. Ele estava detido por suspeita de fazer compras com uma nota falsa de 20 dólares. O policial Derek Chauvin o matou se ajoelhando sobre seu pescoço por quase oito minutos, enquanto ele suplicava “não consigo respirar”.
Pressionado pela repercussão nacional e internacional, o Departamento de Segurança Pública de Minnesota, na sexta-feira, 29, prendeu Chauvin sob a acusação de assassinato qualificado.
As manifestações de revolta contra esse ato de racismo e violência desmedida, tomaram várias partes dos Estados Unidos, em lugares como Los Angeles (Califórnia), Albuquerque (Novo México), Portland (Oregon) e Denver (Colorado). Nesta última cidade, se escutaram disparos no bojo de uma concentração na frente do Capitólio – a sede legislativa – do estado, o que levou a polícia a fechar o recinto.
A maioria das concentrações aconteceram em Minneapolis e St. Paul — conhecidas como as ‘Cidades Gêmeas’ – onde os protestos levaram até a incêndios de prédios e distúrbios violentos.
O porta-voz de St. Paul, Steve Linders, disse que as autoridades estão lidando com confrontos em cerca de 20 áreas diferentes.
No Twitter, o prefeito de St. Paul, Melvin Carter, pediu que as pessoas não participem da nova manifestação. “Por favor, fique em casa. Por favor, não venha aqui para protestar. Por favor, mantenha o foco em George Floyd, em avançar nosso movimento e em impedir que isso aconteça novamente. Todos nós podemos estar juntos nessa luta”, escreveu.
Nascido em Houston, George Floyd, em sua cidade natal jogava basquete e futebol. Ele também atuou na cena local de hip-hop, onde era conhecido. Quando se mudou para Minneapolis começou a trabalhar como segurança do restaurante latino-americano Conga Latin Bistro, no centro da cidade. Ele, que perdeu o emprego depois que o estabelecimento fechou com as medidas de isolamento por conta do Covid-19, se encontrava entre os mais de 41 milhões de pessoas que já solicitaram o seguro desemprego nos Estados Unidos