
Às vésperas de ir para a cadeia, o golpista inventou uma fake news de que Brasil e China estariam colaborando em armas nucleares e pediu para EUA fazer uma intervenção no Brasil. Este ato configura crime contra a soberania nacional
Às vésperas de ser julgado por chefiar um golpe de Estado com planos de assassinato de autoridades brasileiras, entre elas o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e Alexandre de Moraes, ministro do STF, Jair Bolsonaro acaba de cometer mais um crime de traição contra o país. Ele suplicou ao governo dos EUA para que seja feita uma intervenção no Brasil.
Baseado numa fake news inventada por ele, de que o Brasil e a China estariam construindo bombas atômicas, o golpista e agente a serviço de um país estrangeiro, pediu que Donald Trump invada o Brasil.
“37 acordos assinados com a China. Entregando o Brasil para a China. 37 acordos assinados no final do ano passado por ocasião do G20 aqui no Brasil, entre eles um acordo de energia nuclear, material que a China não tem e vai ter em abundância agora e se aplica para muita coisa aí. Não é pelas energias, agricultura e medicina, é em construção de bombas atômicas”, contou o serviçal.
Ele fabricou a mentira sobre a bomba e disse aos jornalistas que foi correndo contar ao presidente americano. “Podem ficar tranquilos, já passei para a equipe do Trump isso aí, passei em primeira mão lá atrás”, declarou o serviçal aos jornalistas. A história é tão maluca e sem sentido que só serve para revelar o quanto Bolsonaro é capacho e puxa-saco dos EUA, e mais ainda de governo Trump.
A declaração de Bolsonaro contra o Brasil, feita para um governo estrangeiro, configura crime contra a soberania nacional, uma vez que ele pede explicitamente interferência de outro país nos assuntos internos do Brasil. Segundo o artigo 8º da Lei de Segurança Nacional, comete este crime quem “atuar com o objetivo de submeter o país, no todo ou em parte, ao domínio ou influência de outro país”. E é exatamente isso o que ele fez. Este crime pode resultar em pena de reclusão de até oito anos.
Imaginemos – só para tipificar bem o comportamento do sujeito – que fosse verdadeira a história inventada por Bolsonaro. Afinal, a China já se igualou aos EUA e já tem armas nucleares, e poderia perfeitamente ajudar o Brasil a ter a sua arma para proteger o país. Mas isso não é verdade. E nem foi isso o que ele disse aos jornalistas. Ele insinuou que é o Brasil que está ajudando a China com bombas nucleares.
É tão absurda a fake news que não dá nem para levar a sério. Mas, mesmo que fosse verdade que a China estivesse colaborando com o Brasil, jamais poderia ser esse o comportamento de um brasileiro. Se é que se possa dizer que Bolsonaro seja um brasileiro. Este é o comportamento de um agente estrangeiro que conspira contra o Brasil e não de um cidadão brasileiro.
O Brasil não está construindo bomba atômica nenhuma e nem ajudando a China a fazê-lo. Não passa de mais uma invenção e uma cretinice do quase presidiário para desviar a atenção de seu julgamento que está próximo. Mas, o que se pode concluir de toda essa farsa montada por ele é que a continência do apátrida é mesmo para a bandeira americana. O episódio deixa claro que ele serve aos Estados Unidos e não ao Brasil.
Não só ele, mas seu filho, Eduardo Bolsonaro, vulgo “bananinha”, outro golpista contumaz, também já tinha feito o mesmo há alguns dias. Ele foi até os EUA implorar que integrantes da Casa Branca se chocassem com as decisões da Justiça brasileira. Um trabalho feito por um parlamentar em um país estrangeiro contra o Brasil. Também um crime contra o país. E sua história é ainda mais ridícula que a do pai. Ele atacou o judiciário brasileiro inventando que a Usaid, dos EUA, financiou, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fraudar eleições.
Essas aleivosias de Bolsonaro foram ditas na sexta-feira (7), durante conversa com jornalistas no Aeroporto de Brasília. Ele se gabou de ter levado a suposta informação “em primeira mão” à equipe do presidente dos EUA. Em seguida, ele defendeu a intervenção estrangeira para alterar os rumos do Brasil. “Eles [o governo dos EUA] têm uma preocupação com o Brasil, eles não querem que o Brasil se consolide com uma nova Venezuela e nós sabemos que o problema do Brasil não vai ser resolvido internamente, tem que ser resolvido com apoio de fora”, afirmou.
O Brasil tem a China como seu principal parceiro comercial já há muitos anos e assinou vários memorandos de cooperação tecnológica em diversas áreas. Infelizmente nenhuma deles na área de construção de artefatos de defesa, muito menos de bombas. Aliás, a China, assim como o Brasil, é defensora da paz e da soberania dos povos. O golpista e agente anti-Brasil, Jair Bolsonaro, certamente fabricou mais essa história só para tentar desviar o foco de seu julgamento, que, certamente, o colocará atrás das frades.