Um grupo de ativistas ambientais se reuniu na sede do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, para pedir a saída do ministro Ricardo Salles. Os ativistas seguravam uma faixa que dizia “Impeachment Salles” e gritavam palavras de ordem como “Fora Salles” e “criminoso”.
A manifestação respeitou as recomendações de distanciamento social, e foi rápida, para evitar aglomeração. Todos os manifestantes também utilizavam máscaras.
O protesto foi realizado após a fala do ministro Salles durante a reunião ministerial de 22 de abril, divulgada na última sexta-feira. Na ocasião, o titular da pasta disse que o momento era de aproveitar que a imprensa estava envolvida com a cobertura do coronavírus para passar a “boiada” e aprovar medidas na área ambiental que encontrariam resistência no Congresso.
Recentemente, o governo apresentou a Medida Provisória 910, que ficou conhecida como “MP da Grilagem“, que foi editada por Bolsonaro no final de 2019 e que foi apresentada por parlamentares durante a pandemia do coronavírus. O projeto foi criticado por ambientalistas e movimentos populares do campo.
DESCASO
Entidades ligadas ao meio ambiente criticaram as declarações de Salles durante a reunião ministerial do dia 22 de abril. O Observatório do Clima pediu o afastamento do ministro Ricardo Salles “por tramar contra a própria pasta”. Em um comunicado, a organização disse que o ministro do Meio Ambiente estaria disposto a desmontar seu ministério e incentivou o governo a fazer o mesmo.
“Esperamos que Ministério Público federal, STF e Congresso tomem medidas imediatas para o afastamento do ministro Ricardo Salles. Ao tramar dolosamente contra a própria pasta, demonstra agir com desvio de finalidade”, afirmou o Observatório do Clima.
Além disso, o Observatório defendeu que a fala do ministro “expõe ainda mais o Brasil” e elimina a credibilidade do país em um cenário internacional. “Em resumo, a política antiambiental de Jair Bolsonaro e de seu ministro nos custa, além de degradação ambiental, empregos e vidas”, diz a nota.