A atriz australiana driblou a censura imposta a “temas políticos” pela direção do Festival exibindo seu vestido verde, rosa claro, quase branco, e preto, que completou as cores da bandeira palestina ao pisar o tapete vermelho
Um vestido com a frente preta, as costas rosa claro e o forro interno verde, compuseram – com o famoso tapete vermelho do festival de cinema de Cannes – a bandeira Palestina, reiterando o apoio da atriz australiana Cate Blanchett à luta de resistência dos habitantes da Faixa de Gaza contra o genocídio promovido pelas tropas israelenses.
Ao segurar o forro verde, conformando a comunhão de cores, Blanchett exibiu diante das câmeras de todo o mundo a solidariedade que tem demonstrado nas suas redes sociais para denunciar a agressão sionista. Ela é militante do movimento Artists4Ceasefire (A – que inclui celebridades, diretores e artistas famosas como Susan Sarandon e Jennifer Lopez – que enviaram uma carta ao presidente dos EUA, Joe Biden, para que se posicione em defesa de um imediato cessar-fogo em Gaza.
Demonstrando que um gesto vale mais do que mil palavras, a atriz também driblou de forma inteligente e perspicaz a grotesca censura imposta pela direção do 77º Festival de Cinema de Cannes contra “protestos políticos” durante os 11 dias da badalada atividade cinematográfica.
Em novembro, Blanchett discursou na sessão plenária do Parlamento Europeu e apelou por “um cessar-fogo humanitário imediato”. Recordando que sua nacionalidade não era israelense nem palestina, “mas uma testemunha” dos abusos que vêm sendo cometidos, enfatizou a necessidade da intervenção do fim da intervenção bélica. Afinal, apontou, “tendo testemunhado o custo humano da guerra, da violência e da perseguição que visita refugiados de todo o mundo, não consigo desviar o olhar”.
Blanchett trabalha com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) desde 2015 e foi nomeada embaixadora da Boa Vontade em 2016. Entre as ações, realizou missões com o ACNUR à Jordânia em 2015, ao Líbano em 2016 e ao Bangladesh em 2018 para promover encontros de refugiados e apontar para a solução de problemas nestas áreas.
