
O general Mario Fernandes, que tinha cargo no governo Bolsonaro e planejou assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não vai apresentar sua defesa e já considera “admitida” a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF).
Sua defesa falou que só deve tentar contrapor as provas reunidas quando Mario Fernandes virar réu. Ao mesmo tempo, os advogados tentam tirar o caso do STF e levá-lo para a 1ª Instância.
Fernandes era secretário-executivo, o número 2 da Secretaria-Geral da Presidência quando o governo Bolsonaro se mobilizou para dar um golpe de estado e manter Jair no poder.
O general “ficou responsável por coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas”, assinalou o MPF.
Em seus arquivos, a Polícia Federal encontrou o documento intitulado “Planejamento Punhal Verde Amarelo”, que descrevia as ações e materiais necessários para os assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin e Moraes.
O planejamento citava a necessidade de “reconhecimento operacional” em “locais de frequência e estadia” e itinerários, além da necessidade de quatro agentes com instrução, coletes balísticos, armamentos individuais (pistola), granada de luz e som e fuzis.
No dia 9 de novembro de 2022, Mario Fernandes imprimiu o planejamento no Palácio do Planalto e o levou para o Alvorada, onde se encontrou com Jair Bolsonaro.
Em uma conversa com Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, o general Fernandes mostrou que Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano. “Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”, falou o bolsonarista.
O plano chegou a ser colocado em prática com o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e com militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, indo às ruas de Brasília para o assassinato. O grupo se articulou em um grupo de WhatsApp chamado “Copa 2022” e escondeu suas identidades atrás de novos números de celular.
O Ministério Público Federal já apresentou ao Supremo Tribunal Federal a denúncia contra Mário Fernandes, Jair Bolsonaro e mais 32 pessoas. Agora, a Corte espera as manifestações de defesa para decidir se aceita ou não a denúncia, aproximando o caso do julgamento.
Militar traíra do povo brasileiro.