ISIS (grupo terrorista autodenominado ‘Estado Islâmico’ que tem os Estados Unidos como fomentador após a invasão do Iraque e depois utilizado para tentar desmembrar a Síria) assumiu a autoria de duas explosões que atingiram os presentes às homenagens ao general Qassem Soleimani, morto há quatro anos pelos Estados Unidos
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, responsabilizou os Estados Unidos pelo atentado que tirou a vida de 89 iranianos e deixou outros 280 feridos, durante o funeral aos mortos pelas explosões, nesta sexta-feira, dia 5: “Eles, os terroristas, só podem agir como agentes e mercenários das políticas norte-americanas e do sionismo”.
Seu pronunciamento, diante de uma multidão, foi várias vezes interrompido por palavras de ordem condenando os EUA e Israel proferidas pelos presentes.
Para Raisi, EUA e Israel atacam o Irã por verem crescer seu poderio e disposição de luta contra os agressores no Oriente Médio. “O inimigo está vendo o poder da República Islâmica, assim como o mundo inteiro testemunha seu fortalecimento e habilidade”.
TV iraniana mostrou pronunciamento de TRUMP denunciando que for a Obama o fundador do grupo extremista.
Em declarações de novembro de 2019, quando os Estados Unidos se jactavam de terem matado Al Baghdadi, o líder do ISIS (criatura da qual o criador perdeu o controle), o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov explanou as raízes do surgimento do ISIS.
“O ISIS, como tal, surgiu após a invasão ilegal do Iraque pelos EUA, o colapso do Estado iraquiano e a libertação de extremistas que os iraquianos mantinham anteriormente nas prisões lá”, declarou o chanceler russo à emissora russa Rossiya 24. “Se isso aconteceu, os norte-americanos eliminaram sua própria criatura”.
O presidente sírio, Bashar Al Assad, vitorioso na luta para impedir o desmembramento de seu país nas mãos de mercenários financiados e treinados pela CIA, também apontou as origens do ISIS: “Meras ferramentas dos EUA”, acrescentando, de forma premonitória, que essas ferramentas poderiam ser facilmente reutilizadas em outros lugares.
“Eu acredito que tudo sobre essa operação é um truque. Baghdadi será recriado com um nome diferente, um indivíduo diferente ou o ISIS na sua totalidade poderá ser reproduzido conforme necessário sob um nome diferente, mas com o mesmo pensamento e o mesmo objetivo. A direção de todo o cenário é a mesma, os americanos”.
Os líderes iranianos enfatizaram que tal brutalidade não ficará impune. “Lhes fazemos este alerta; onde quer que vocês se encontrem, nós os encontraremos. Vocês não têm como escapar da punição”, disse o presidente Raisi.
O ataque aconteceu na quarta-feira, 3, quando um suicida se matou ao provocar uma explosão e outro atacou 20 minutos depois quando pessoas e equipes paramédicas chegavam para socorrer os feridos da primeira explosão em Kerman, cidade distante 820 quilômetros de Teerã.
O atentado aconteceu nas homenagens ao general Qassem Soleimani que teve papel fundamental no apoio à resistência síria à tentativa norte-americana de derrubada do governo independente de Bashar Al Assad. Soleimani foi assassinado quando visitava o Iraque em um processo de aproximação deste com o Irã.
