“O Brasil tem um presidente motoqueiro que, em vez de ir aos Estados e municípios, de ir aos hospitais, de visitar famílias que perderam ente querido, vai assacar contra seus adversários. Uma pessoa que não tem sensibilidade”, afirmou o presidente da CPI da pandemia
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta terça-feira (13) que o Brasil possui um “presidente motoqueiro” que não tem a sensibilidade de visitar hospitais ou pessoas que perderam entes queridos na maior crise sanitária que dos últimos anos no país.
Aziz destacou, durante pronunciamento no plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que Jair Bolsonaro desdenha o drama dos que perderam parentes e amigos para o novo coronavírus e só se preocupa em “assacar adversários políticos”.
“O Brasil tem um presidente motoqueiro que, em vez de ir aos Estados e municípios, de ir aos hospitais, de visitar famílias que perderam ente querido, vai assacar contra seus adversários. Uma pessoa que não tem sensibilidade, agressor de mulheres, que gosta de gritar com as mulheres. Grande motoqueiro o Brasil tem, péssimo presidente”, afirmou.
Ele disse também que Bolsonaro é um “agressor de mulheres”, referindo-se aos episódios de ataque do presidente contra jornalistas mulheres que são comuns desde o início do governo.
Mais recentemente, com o aprofundamento das investigações sobre denúncias de irregularidades na gestão da pandemia de Covid-19, as agressões à imprensa se tornaram mais frequentes.
Em junho, Bolsonaro se irritou com a pergunta de uma repórter da Rede Vanguarda, afiliada da TV Globo, e mandou a jornalista “calar a boca”. Em maio, a jornalista Daniela Lima da CNN também foi alvo de ataques nas redes sociais por apoiadores do presidente Bolsonaro.
O discurso do presidente da CPI ocorreu em meio ao impasse em relação ao depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades.
A executiva foi convocada para explicar as relações da empresa com o Ministério da Saúde no processo de compra da vacina Covaxin, mas, amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), disse que ficaria em silêncio durante a oitiva.
Omar Aziz respondeu ainda a críticas de Bolsonaro e dos governistas da CPI aos trabalhos desenvolvidos pela comissão e considerou “desproporcional” o tom de uma nota das Forças Armadas contra as investigações.
“Abuso de autoridade são as mortes. A omissão é ser complacente com o governo que não tem um milímetro de solidariedade. Um presidente que é incapaz de ser solidário ao brasileiro, que abre a boca para assacar quem o contrapõe. Um presidente motoqueiro, que, em vez de ir aos Estados e municípios visitar os hospitais ou uma família que perdeu entes queridos, vai assacar os adversários. [Um presidente] que não tem sensibilidade”, declarou.