A criação da Frente Parlamentar contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) na Câmara de Vereadores de São Paulo, na quarta-feira (12), rachou a base aliada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Aprovada por consenso entre os líderes dos partidos, a criação da Frente – proposta por vereadores do Psol, PT e PSB – foi colocada em votação pelo presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), com o apoio de vereadores de partidos como PSD, PL, MDB, União Brasil e PSDB, que compõem a base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A votação, no entanto, foi obstruída por vereadores do partido do governador, que romperam o acordo de votação por aclamação, feito na véspera, dia 11, entre os líderes dos partidos.
No momento da aclamação, o vereador Sansão Pereira (Republicanos) pediu votação nominal – quando cada vereador registra seu voto no sistema de votações ou pelo microfone do plenário – o que provocou revolta entre os vereadores e o presidente da Casa. “Tínhamos acordo, presidente”, ressaltou a vereadora Luana Alves (PSol), dirigindo-se a Milton Leite, que concordou com a parlamentar.
“Votarei [a partir de agora] nominalmente todos os projetos da bancada do Republicanos porque eles descumpriram o acordo. Poderiam ter se manifestado no colégio de líderes. Não o fizeram”, disse Milton Leite. A votação final contou com 21 votos a favor e 10 contra. Como precisava alcançar ao menos 28 votos favoráveis, a Frente não foi aprovada e a proposta voltará a ser discutida em plenário. “Trabalharei para construir os votos necessários”, afirmou o presidente da Câmara ao final da sessão.
“Estamos dialogando há semanas com diversos vereadores, o próprio governo tinha dado o ‘ok’ e o partido Republicanos, do Tarcísio, obstruiu de uma forma desonesta. Qual é o medo do Tarcísio de discutir a Sabesp? Qual é o medo só Tarcísio de falar sobre água e saneamento para as pessoas? Nós não vamos desistir desse projeto, não vamos desistir de defender a Sabesp dos ataques do governador”, afirmou a vereadora Luana Alves.
