O empresário Paulo Marinho afirmou no Twitter que Jair Bolsonaro pediu ao então presidente do PSL, Gustavo Bebianno, que seu aliado Waldir Ferraz, conhecido como Jacaré, fosse contratado pela sigla com um salário de R$ 20 mil.
“A verdade: o vagabundo do presidente pediu para que Gustavo contratasse Jacaré na folha do PSL recebendo R$ 20k. Bebianno negou mais essa rachadinha”, postou Marinho, ex-aliado e ex-financiador da campanha de Bolsonaro.
Amigo de fé de Bolsonaro há mais de três décadas, Jacaré deu entrevista à revista “Veja” revelando que a prática da “rachadinha” – que configura crime de peculato – ocorreu não apenas nos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro.
Segundo as declarações de Ferraz à “Veja”, a mesma prática era expediente corriqueiro também no gabinete do chefe do clã, durante os mandatos dele como deputado federal.
Bolsonaro foi eleito presidente da República em 2018 pelo PSL. Mas Jacaré disse que o então deputado não sabia de nada e que a rachadinha era de responsabilidade exclusiva da ex-mulher Ana Cristina Valle, versão que ninguém acreditou.
A admissão de Waldir Ferraz não chegou a ser efetivada. Bebianno, que foi secretário-geral da presidência da República no início do governo Bolsonaro, morreu em março de 2020, depois de passar mal em seu sítio em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.
A afirmação de Marinho foi para rebater trecho da entrevista de Jacaré, no qual ele diz que convenceu o presidente sobre o envolvimento de Bebianno no atentado na campanha eleitoral de 2018, quando Bolsonaro levou uma facada em uma aparição pública em Juiz de Fora (MG).
Segundo o relato de Jacaré, Bebianno queria, com a morte do então candidato, substituir Bolsonaro na disputa presidencial.
“Um anônimo, vulgo Jacaré, afirmou na revista Veja que convenceu Bolsonaro de que Bebianno estaria envolvido no atentado de JF. A verdade: o vagabundo do presidente pediu para que Gustavo contratasse Jacaré na folha do PSL recebendo R$20k. Bebianno negou mais essa rachadinha”, escreveu o empresário no Twitter.
O nome de Jacaré veio à tona na última quinta-feira (20), quando ele revelou à revista que a ex-mulher do presidente, Ana Cristina Valle, comandava o esquema da rachadinha nos gabinetes do então deputado federal Jair Bolsonaro e dos seus filhos Flávio e Carlos.
Poucas horas após a publicação, o amigo do presidente negou as declarações. A revista publicou áudios com trechos das falas na última sexta (21).
Paulo Marinho foi um dos principais aliados de Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.
Em maio de 2020, ele afirmou que Flávio Bolsonaro revelou a ele, em 2018, ter recebido informações privilegiadas da Polícia Federal sobre Fabrício Queiroz – que ficou conhecido por operar a rachadinha no gabinete do então deputado estadual no Rio.
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