A atriz e cantora Bibi Ferreira faleceu nesta quarta-feira (13) aos 96 anos, no Rio de Janeiro. Foram 76 anos de uma carreira dedicada ao teatro e à música.
Segundo sua filha Teresa Cristina (Tina), “ela viveu exclusivamente para o palco” e “morreu dormindo, tranquila”.
Neta de palhaço e filha de um dos maiores atores do Brasil, Procópio Ferreira, com a bailarina Aída Izquierdo, Abigail Izquierdo Ferreira nasceu em 1º de julho de 1922 e estreou nos palcos, ao lado do pai, com pouco mais de 20 dias de vida.
Foram 77 anos de carreira dedicados ao teatro, sua grande paixão, atuando, cantando. Também compôs, fez filmes, gravou discos, apresentou programas de TV e dirigiu espetáculos.
Uma de suas atuações mais marcantes foi na peça “Gota D’Água”, de Chico Buarque e seu marido Paulo Pontes, em 1975, em plena ditadura, interpretando Joana. “Era a representante do povo, humilhado, sofrido, oprimido, encurralado… querendo a liberdade, os seus direitos”, sintetizava Bibi.
Para a atriz, “Gota D’Água”, uma adaptação da tragédia grega “Medeia”, de Eurípedes, ambientada em morro carioca, “é a maior obra teatral de todos os tempos”.
Outros dois musicais se destacaram em sua carreira, nos anos 60. “Minha querida dama” (“My fair lady”), de Frederich Loewe e Alan Jay Lerner e “Alô, Dolly!” (Hello, Dolly!). Na década de 1970, Bibi foi o principal nome de “O homem de La Mancha”, musical de Dale Wasserman dirigido por Flávio Rangel e com letras adaptadas para o português por Chico Buarque.
A diva dos musicais interpretou a cantora francesa Edith Piaf, conquistando os principais prêmios do teatro, como Molière, Mambembe, Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e Pirandello.
Em 2003, Bibi Ferreira foi homenageada pela Viradouro no Carnaval do Rio e teve, recentemente, sua vida e obra contadas no espetáculo “Bibi, uma vida em musical”, escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães, com direção de Tadeu Aguiar.