O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), da tropa de choque do governo na CPI, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) tiveram um entrevero enquanto a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) estava suspensa por alguns minutos por decisão do presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM).
A CPI da Covid-19 recebeu, nesta sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde. Eles prestaram esclarecimentos sobre a denúncia de irregularidades na compra da Covaxin pelo governo federal. Luis Ricardo Miranda relatou pressões anormais dentro da pasta para importação do imunizante.
Parlamentares que estavam perto dos dois precisaram interferir para que o bate-boca não se transformasse em briga física.
No vídeo, é possível ver o senador Humberto Costa (PT-PE), a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), separando Marcos do Val de Miranda. O senador deu peitadas no deputado. Os dois se empurraram.
Marcos do Val mostrou hostilidade contra o deputado ao tentar apresentar um vídeo de reportagens com supostas denúncias contra Luis Miranda, na sua vez de inquirir o depoente. O senador foi impedido pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), que pediu que Marcos do Val se ativesse ao tema da reunião da comissão.
Após diversas brigas e interrupções, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) suspendeu a sessão por 10 minutos. Foi nesse momento que o Marcos do Val e o depoente iniciaram a discussão.
ENTENDA O CASO
Luis Ricardo é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele relatou ao MPF e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.
A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas — US$ 15 cada —, e da participação de empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. O deputado Luis Miranda, em entrevista à CNN, disse ter alertado diretamente o presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas.
O requerimento que convidou os depoentes foi apresentado pelo relator da CPI, Renan Calheiros.
Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), relataram preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à PF proteção para os irmãos.
M. V.