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Jair Bolsonaro não respondeu se quem pratica “rachadinha” deveria ir para a prisão e abandonou uma entrevista à Jovem Pan irritado, nesta quarta-feira (27).
O humorista André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho, fez uma pergunta para Jair Bolsonaro em tom irônico, referindo-se às práticas criminosas do seu governo, mas sem citá-lo.
A transmissão ao vivo feita por Bolsonaro em suas redes sociais durante a entrevista mostrou que ele falava, antes de abandonar o programa: “se o Marinho entrar na tela mais uma vez eu vou embora”.
André Marinho perguntou: “São vários deputados nos seus gabinetes, PSB, PSol, PT, que estão roubando a torto e a direito salário de assessor e botando no próprio bolso, desviando dinheiro público. E o PT é o campeão nesse crime de peculato. Então, presidente, eu te pergunto: rachador tem que ir para a cadeia ou não?”.
Jair Bolsonaro, como sempre que é confrontado sobre seus ilícitos, não respondeu.
“Você sabe que eu sou presidente da República e respondo sobre meus atos, tá ok? Então não vou aceitar provocação tua. E você recolha-se ao teu jornalismo. Não vou aceitar. Senão, encerro a entrevista agora. O teu pai é o maior interessado na cadeira do Flávio Bolsonaro. Não vou discutir contigo ou acaba a entrevista aqui”.
Jair Bolsonaro, três de seus filhos e sua ex-esposa são investigados por terem praticado “rachadinha” nos gabinetes que tinham. “Rachadinha” é a expressão que se refere ao seqüestro de parte dos salários dos servidores dos gabinetes pelos parlamentares.
Relatos mostram que era Jair Bolsonaro quem montou o esquema no gabinete dos filhos, escolhendo os operadores e mandando demitir quem não devolvia todo o dinheiro que ele queria.
André Marinho também falou, ironicamente, de outras práticas que Bolsonaro tinha prometido acabar durante a campanha eleitoral.
“Tá todo mundo aqui muito preocupado com o retorno do PT ao poder. O PT que vendeu o governo para o centrão, comprou base parlamentar com emenda, tinha milícia digital para atacar opositor e fez indicação de cunho político para o STF. Ninguém quer ver esse horror voltar aqui”, disse.