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Jair Bolsonaro ligou para o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa com o objetivo de conseguir a aprovação do nome do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que já foi preso por corrupção, para ser embaixador do Brasil no país, mas saiu sem nenhuma garantia.
Ramaphosa respondeu que essa questão deveria ser pensada pelo Ministério de Relações Exteriores, o que, segundo fontes do Planalto ouvidas pela Folha, foi recebido com um “não”.
O problema da indicação de Marcelo Crivella persiste desde que a Igreja Universal, da qual o ex-prefeito é pastor licenciado, foi denunciada pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa em Angola.
As denúncias sustentam que a Igreja recolhia dinheiro em Angola, transportava ilegalmente até a África do Sul e depois trazia para o Brasil. Os pastores angolanos se rebelaram contra o comando brasileiro da Igreja Universal.
Bolsonaro apresentou o nome de Crivella para a embaixada do Brasil na África do Sul em junho, mas a indicação parou por conta da resistência, tanto por parte dos sul-africanos, quanto pelos diplomatas brasileiros.
No dia 7 de outubro, Bolsonaro ligou, por fora da agenda oficial, para o presidente da África do Sul para tentar novamente a nomeação.
Marcelo Crivella é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, desde fevereiro, por conta do esquema conhecido como “QG da propina”.
Ele chegou a ser preso em dezembro de 2020. As empresas interessadas em fechar contratos com a Prefeitura do Rio deveriam buscar um operador aliado de Crivella, Rafael Alves, e pagar propina. Depois disso, as empresas eram favorecidas em contratos.
Em 2020, perdeu as eleições para a Prefeitura do Rio de Janeiro para Eduardo Paes.