Biden, de olho na Petrobrás, na Eletrobrás e nas riquezas da Amazônia, ofertadas pelo ”mito’, jurou que acredita e concorda com tudo
Quem assistiu na noite de quinta-feira (9) a conversa entre Bolsonaro e Biden não acreditou no que estava vendo. O apoiador de madeireiros ilegais, de garimpeiros poluidores de rios e aldeias, o desmantelador do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), o perseguidor dos servidores que destruíam máquinas de criminosos ambientais e que demitiu o chefe do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por denunciar o desmatamento, disse que protege a Amazônia.
Biden, por sua vez, que só pensa em guerra, em invasões e em tomar petróleo e riqueza dos outros, e que, apesar da demagogia ambiental, ae tornou um porta-voz dos grandes conglomerados que estão de olho nas riquezas e na biodiversidade da Amazônia, elogiou Bolsonaro.
Não podia ser de outra forma. Principalmente depois que o serviçal anunciou que pretende atropelar o INPE, os cientistas e os militares brasileiros para entregar o monitoramento da Amazônia para o bilionário americano Elon Musk e seus satélites.
Nada mais propício para mapear tudo o que existe na região, principalmente suas riquezas. É este “trabalho” de Bolsonaro na Amazônia que Biden chamou de “sacrifício” e que qualificou de “magnífico”. Do ponto de vista dos americanos, o “trabalho” do “mito” não podia ser melhor.
Quem esperava um “puxão de orelhas” de Biden, subestimou a quantidade de benesses que Bolsonaro está oferecendo aos monopólios americanos.
Recentemente, Bolsonaro prometeu entregar a Petrobrás e todo o petróleo brasileiro do Pré-sal para os integrantes do cartel do petróleo, entre eles a Chevron e a Shell. Não tem nada que mais interessa ao governo americano hoje do que dominar o petróleo brasileiro, por criar um excedente econômico anual que pode chegar a R$ 1 trilhão. O Pré-sal é uma das maiores províncias petrolíferas do mundo. Bolsonaro está entregando tudo, inclusive a empresa símbolo do país, a Petrobrás, que foi a responsável pelo grande feito de descobrir o Pré-sal.
Não bastasse isso, o governo brasileiro acaba de privatizar a Eletrobrás, a maior empresa de energia elétrica da América Latina. O governo americano, é lógico, parabenizou o Brasil pelo espírito de “abertura” de sua economia, intensificado no governo Bolsonaro.
O Planalto fez o que nem mesmo os EUA, paraíso dos monopólios privados, fizeram, que é privatizar seu sistema de hidrelétricas. O domínio das águas e dos potenciais hidráulicos é considerado por vários países do mundo, que têm sistemas parecidos com o brasileiro, como estratégico e um assunto de segurança nacional. Por isso, esses países, inclusive a Índia, a China e o próprio EUA, não privatizaram suas hidrelétricas.
O descaso do governo Bolsonaro e o abandono à proteção da Amazônia, que está patente nos índices recordes de desmatamento, divulgados pelos órgãos de fiscalização, desde que Bolsonaro assumiu, é inquestionável.
O mundo inteiro está ciente do desastre que é o governo Bolsonaro na Amazônia, como ficou evidente nas várias manifestações de protesto contra seu governo, ocorridas em Los Angeles, Londres e em vários outros pontos do planeta.
Ficou patente, também, o seu comportamento maléfico na cínica reação ao desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira na região. “Os dois decidiram fazer uma aventura perigosa”, disse ele, se descomprometendo com as buscas e fingindo não ser com ele o abandono da região nas mãos de bandidos, muitos deles sabidamente apoiadores fanáticos de seu governo.
O Ibama chegou a divulgar uma versão falsa de que os dois desaparecidos estavam ilegalmente dentro de terras indígenas. A afirmação foi desmentida com documentos obtidos pela imprensa. A irmã de Dom Phillips reagiu indignada à fala de Bolsonaro. “Ele disse que a culpa pelo desaparecimento de meu irmão é dele próprio e de seu amigo Bruno Araújo. Isso é um absurdo”, afirmou ela.
O “apoio” de Biden à “abertura da porteira da Amazônia para a boiada do desmatamento passar” de Bolsonaro está sendo visto por duas óticas. Uma, como resultado da fragilidade do governo americano. Numa Cúpula das Américas que foi um fiasco, já que oito países se recusaram a comparecer, inclusive o México, ele tinha que paparicar o governo brasileiro. Então, essa seria a condição que obrigou Biden a elogiar o trabalho de Bolsonaro na Amazônia.
A outra, já tratada acima, que motivou o elogio a Bolsonaro, foi o olho gordo do governo americano nas ofertas que o entreguista e vendilhão está fazendo das riquezas brasileiras. Há também um terceiro motivo, talvez o menos provável, para os elogios de Biden. Seriam problemas de cognição que ele vem apresentando ultimamente. Realmente, não parece o mais provável.