Bolsonaro prepara a demissão de Mandetta

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Jair Bolsonaro usou uma entrevista à radio Jovem Pan, de São Paulo, na tarde da quinta-feira (02), para fazer ameaças escancaradas ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A atitude de Bolsonaro de dizer que “em alguns momentos, acho que o Mandetta teria que ouvir mais o presidente”, é uma clara tentativa de impor ao ministro a sua visão tacanha sobre o combate ao coronavírus. Aliás, a sua visão de como não combater o vírus.

O comportamento de Bolsonaro é de quem está preparando a demissão do ministro.

O mundo inteiro está usando o isolamento como arma contra a propagação do coronavírus. Esta é uma orientação de todos os médicos e cientistas do planeta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que essa é a única forma de se impedir o colapso dos sistemas de saúde e o morticínio de milhões de pessoas. Bolsonaro é o único político no mundo que não aceita a ciência e quer expor a população brasileira ao risco de morte, defendendo a volta ao trabalho. Por isso ele está ameaçando o ministro Mandetta.

O Ministério da Saúde brasileiro, dirigido por Mandetta, vem fazendo um trabalho sério, apesar de todas as limitações causadas por décadas de desmonte do SUS. O Brasil inteiro, sob o comando dos governadores de praticamente todos os estados, está seguindo as orientações do Ministério da Saúde e mantendo a quarentena.

Vários estudos já têm mostrado que o isolamento e a quarentena começam a reduzir, mesmo que tenuamente, a força da pandemia. Os governadores estão contra a posição irresponsável de Bolsonaro de abandoná-los e já disseram que não vão aceitar a suspensão das medidas tomadas por eles em seus estados.

Bolsonaro disse que ele e o ministro da Saúde estão se bicando. É verdade. O ministro segue o que manda a ciência e Bolsonaro, ao contrário, segue o achismo. Como disse o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), “ele não entende nada de medicina e quer dar muita opinião sobre o que não sabe”.

Bolsonaro está praticamente sozinho no mundo achando que não deve haver isolamento social e que o Covid-19 não passa de uma “gripezinha”.

Ele disse na entrevista que “não pretende demitir o ministro”. Mas, para quem conhece Bolsonaro e sabe de seu pouco apego à verdade, percebe-se logo que as críticas a Mandetta têm um objetivo bem definido.

“Não pretendo demiti-lo no meio da guerra, mas em algum momento ele extrapolou. Sempre respeitei todos os ministros. A gente espera que ele dê conta do recado. Não é uma ameaça para o Mandetta. Nenhum ministro meu é ‘indemissível’, como os cinco que já foram embora”, afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan.

“Em alguns momentos, acho que o Mandetta teria que ouvir mais o presidente. Ele disse que tem responsabilidade, mas ele cuida da saúde, o (Paulo) Guedes da economia e eu entro no meio. O Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele. Pode ser que ele esteja certo, mas está faltando humildade para ele conduzir o Brasil neste momento”, disse.

Ainda segundo Bolsonaro, “aquela histeria, aquele clima de pânico, contagiou alguns lá [dentro do Ministério da Saúde]”. “Já está no momento de todo mundo botar o pé no chão”, prosseguiu.

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Respostas de 5

  1. Cada um deve assumir a responsabilidade por seus atos, com certeza o País não pode ficar parado por três meses, a questão agora é determinar quando é o momento que poderemos retornar e como será feito isso. Outra questão importante é que o cachorro balança a cauda e não o contrário.

  2. Esse jornaleco já mostrou escancaradamente de que lado está. Só ataca o presidente. Então apoie o Lulsdrão que envoiu nossas dividas próximo de 1 trilhão de reais e que agora está fazendo falta. Não tem mais político na Nação não, para vocês atacarem. Faça algo pela nação bando de esquerdistas, ao invés de dejetar asneiras.

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