Bolsonaro quer fim de quarentena e diz que mídia espalha pavor

Reprodução da TV

País reagiu com panelaços em todas as capitais à defesa insana que ele fez de que as escolas reabram e que tudo volte imediatamente ao normal

Jair Bolsonaro contrariou todas as orientações do Ministério da Saúde, do SUS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o combate à expansão do coronavírus e, em pronunciamento em cadeia de TV, na noite desta terça-feira (24), voltou a atacar a imprensa, os governadores e os médicos e especialistas que estão se dedicando integralmente ao combate ao Covi-19.

Ele, efetivamente, neste pronunciamento, ao desorientar a população de forma irresponsável, convenceu a todos de que não está em condições de conduzir o país num momento grave como este.

Destoando de toda a sociedade, Bolsonaro culpou os meios de comunicação por espalharem, segundo ele, uma sensação de “pavor” e provocaram “histeria” no país. Disse que já está na hora de voltarmos ao normal. Na mesma hora em que Jair Bolsonaro falava, explodia no país inteiro o maior panelaço visto até agora contra a sua pessoa.

Ninguém parecia acreditar no que estava ouvindo. Todas as capitais manifestaram a sua indignação com a estupidez do presidente que, de forma arrogante, desrespeitou o grande sacrifício que a população brasileira vem fazendo para proteger a saúde do país e de seus entes queridos.

“Grande parte dos meios de comunicação foram na contramão”, disse o presidente. Ele afirmou que a mídia “espalhou exatamente a sensação de pavor, tendo como carro chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália”. “Um país com grande numero de idosos e com o clima totalmente diferente do nosso. O cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país”, disse Bolsonaro. Ele voltou a dizer que, se contrair o vírus, não pegará mais do que uma “gripezinha”, um “resfriadinho”.

O presidente continuou afrontando os especialistas. “Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade. 90% de nós não teremos qualquer manifestação caso se contamine. Devemos sim é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial aos nosso queridos pais e avós, respeitando as orientações do Ministério da Saúde”. “Devemos sim voltar à normalidade”, opinou, em sentido diametralmente oposto ao que as autoridade médicas estão orientando.

“Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa”, disse ele. “O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?”, indagou.

“No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado com o vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como disse aquele famoso médico daquela famosa televisão. Enquanto estou falando, o mundo busca um tratamento para a doença.” “O FDA americano e o hospital Albert Einstein, em São Paulo, buscam a comprovação da eficácia da cloroquina no tratamento do Covid-19”, informou.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra do pronunciamento:

Boa noite.

Desde quando resgatamos nosso irmãos em Wuhan na China numa operação coordenada pelos ministérios da defesa e Relações Exteriores surgiu para nós o sinal amarelo. Começamos a nos preparar para enfrentar o coronavírus, pois sabíamos que mais cedo ou mais tarde ele chegaria ao Brasil.

Nosso ministro da saúde reuniu-se com quase todos os secretários de saúde dos estados para que o planejamento estratégico de enfrentamento ao vírus fosse construído.

E desde então, o doutor Henrique Mandetta vem desempenhando um excelente trabalho de esclarecimento e preparação do SUS para o atendimento de possíveis vítimas.

Mas o que tínhamos que conter naquele momento era o pânico, a histeria e, ao mesmo tempo, traçar a estratégia para salvar vidas e evitar o desemprego em massa. Assim fizemos, contra tudo e contra todos.

Grande parte dos meios de comunicação foram na contramão. Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália. Um país com grande numero de idosos e com o clima totalmente diferente do nosso. O cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país.

Percebe-se que, de ontem para hoje, parte da imprensa mudou seu editorial, pedem calma e tranquilidade. Isso é muito bom. Parabéns, imprensa brasileira. É essencial que o bom senso e o equilíbrio prevaleçam entre nós.

O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos sim voltar à normalidade.

Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa.

O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade. 90% de nós não teremos qualquer manifestação caso se contamine.

Devemos sim é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial aos nosso queridos pais e avós, respeitando as orientações do Ministério da Saúde.

No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado com o vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como disse aquele famoso médico daquela famosa televisão.

Enquanto estou falando, o mundo busca um tratamento para a doença. O FDA americano e o hospital Albert Einstein, em São Paulo, buscam a comprovação da eficácia da cloroquina no tratamento do Covid-19. Nosso governo tem recebido notícias positivas sobre esse remédio fabricado no Brasil e largamente utilizado no combate à malária, ao lúpus e à artrite.

Acredito em Deus, que capacitará cientistas e pesquisadores do Brasil e do mundo na cura dessa doença. Aproveito para render minha homenagem a todos os profissionais de saúde: médicos, enfermeiros técnicos e colaboradores que na linha de frente nos recebem nos hospitais, nos tratam e nos confortam.

Sem pânico ou histeria, como venho falando desde o princípio, venceremos o vírus e nos orgulharemos de viver nesse novo Brasil que tem, sim, tudo para ser uma grande nação. Estamos juntos, cada vez mais unidos.

Deus abençoe nossa pátria querida

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