Na mesma semana em que seu ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso e seu esquema de corrupção foi descoberto, Jair Bolsonaro compartilhou em seus grupos de WhatsApp, repetindo tentativa golpista de setembro de 2021, rechaçada por todos os setores da sociedade.
Segundo o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, a mesma mensagem já tinha sido compartilhada por Bolsonaro em agosto de 2021. A imagem é uma ameaça do presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil), coronel Marcos de Oliveira.
“Polícia Militar seguirá o Exército em caso de ruptura institucional”, diz a imagem compartilhada por Bolsonaro.
No dia 7 de setembro de 2021, Bolsonaro fez as mesmas ameaças por estar encurralado pela rejeição popular. Em uma manifestação na Avenida Paulista, xingou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que não iria mais cumprir as decisões de Alexandre de Moraes.
Diante da reprovação de todos os setores da sociedade e do Congresso Nacional, Jair Bolsonaro teve que assinar uma nota, escrita por Michel Temer, pedindo desculpas.
Ele volta a caminhar com o plano golpista vendo sua estagnação nas pesquisas, que mostram uma vantagem de 19 pontos de Lula, das denúncias de corrupção de seu governo, que deverão levar à instalação de uma CPI para investigar os crimes no Ministério da Educação, e do vazamento da informação de que ele interferiu nas investigações da PF.
A pesquisa Datafolha, divulgada no dia 23, mostra Lula com 47% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula teria 57% e Bolsonaro apenas 34%.
A mesma pesquisa mostrou que 55% dos brasileiros não votariam em Jair Bolsonaro de jeito nenhum. A rejeição a seu governo é de 46%, contra 26% de aprovação.
No dia 22, o ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, foi preso preventivamente pela Polícia Federal no âmbito da investigação sobre o “gabinete paralelo” do MEC que recebia propina para liberar verba pública para prefeituras.
Milton Ribeiro é investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Ele foi gravado afirmando que, por um “pedido especial” de Jair Bolsonaro, liberava dinheiro do Ministério para as cidades apontada pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos.
Diversos prefeitos disseram que os dois pastores pediam propina para que intermediassem as conversas com o Ministério da Educação.