Reportagem do jornal “O Globo” desta quarta-feira (26) aponta que, em três capitais, Jair Bolsonaro já definiu o jogo que pretende fazer nas eleições municipais.
Um aliado próximo dele explica na reportagem que a ideia do “chefe” é se envolver mais diretamente no segundo turno das capitais do Rio, São Paulo e Minas Gerais. “Muita gente se elegeu surfando na onda Bolsonaro e depois mudou de lado. Nos municípios onde haja esses traidores, tende a haver uma maior participação da família Bolsonaro”, disse o aliado, citando o caso de São Paulo, onde o governador João Doria (PSDB) é adversário de Bolsonaro e apoia a candidatura de Bruno Covas (PSDB).
O aliado diz que Bolsonaro pretende aplicar a máxima “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”.
O ex-governador Márcio França (PSB) é um crítico de Doria. França se aproximou de Bolsonaro durante uma inauguração ocorrida recentemente na Baixada Santista. A relação amistosa com o presidente custou críticas a França dentro da sua coligação – ele ainda tem o apoio da cúpula do PDT na capital paulista, mas está provocando uma insatisfação nas bases.
Já no Rio, o apoio deverá ser ao pastor Marcelo Crivella, que, bastante desgastado, busca a reeleição. Bolsonaro tem participado de agendas com Crivella nos últimos meses e autorizou seus filhos, o senador investigado, Flávio, e o chefe do “Gabinete do Ódio”, o vereador Carlos, a se filiarem ao partido do prefeito, além de sua ex-mulher Rogéria Bolsonaro, que também tentará uma vaga na Câmara Municipal.
Em Belo Horizonte, o favorito de Bolsonaro é o deputado estadual Bruno Engler, do PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão. No último sábado, Engler, que é considerado representante da ala olavista, postou foto no Alvorada ao lado de Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro. “Tem uma pessoa que eu gosto muito em Minas Gerais que talvez venha ser candidato em BH”, disse Bolsonaro, em uma live no mês passado.
Bolsonaro literalmente não governa o país. Sua única preocupação é atacar adversários, ameaçar jornalistas e passear por aí, inaugurando pequenas obras, muitas delas inacabadas, ou religando fornos desligados de siderúrgicas, como fez nesta quarta-feria (26) na Usiminas, em Ipatinga-MG. Uma faixa foi colocada na entrada da cidade para recepcioná-lo. Ela dizia: “O Vale já é poluído demais. Fora Bolsonaro”