Bolsonaro (Sem partido) tentou assaltar o PL e se deu muito mal. Foi rechaçado pelo presidente do partido Valdemar da Costa Neto, que cancelou a sua filiação marcada para o dia 22.
Ele queria impor seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como presidente da seção do PL em São Paulo e como candidato da legenda a governador de São Paulo.
Nas mensagens trocadas antes do anúncio de que não mais iria acontecer a filiação, Valdemar da Costa Neto confrontou Jair Bolsonaro.
“Você pode ser presidente da República, mas quem manda no PL sou eu”, disse.
Em seguida, Bolsonaro xingou o presidente do partido. Valdemar respondeu: “VTNC [vai tomar no cu] você e seus filhos”.
A discussão, segundo site O Antagonista, aconteceu porque Jair Bolsonaro queria, além de tudo, impor ao PL quais seriam os candidatos do partido nas eleições de 2022.
Publicamente, Bolsonaro diz que quer o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, como candidato ao governo de São Paulo. No entanto, disse a Valdemar da Costa Neto que ele seria candidato ao Senado e seu filho, Eduardo Bolsonaro, é quem disputaria o cargo executivo.
O presidente nacional do PL não aceitou as imposições de Bolsonaro.
Em Pernambuco, Jair Bolsonaro quer lançar seu ministro do Turismo, Gilson Machado, para a chefia do Estado.
Porém, o PL já tem o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, como pré-candidato ao governo, tendo a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), como vice.
Gilson Machado também não teria espaço para concorrer ao Senado Federal, já que o PL planeja lançar Dudu da Fonte como candidato.
Em 2019, Jair Bolsonaro deixou o PSL pelo mesmo motivo que hoje impede sua entrada no PL: ele queria controlar totalmente o partido e seu caixa. Ele já disse que procura “um partido para chamar de meu”.
Bolsonaro ainda tentou criar o Aliança pelo Brasil, mas o fracasso foi retumbante. Não conseguiu chegar nem perto de recolher as assinaturas necessárias para a fundação de um novo partido.
Depois disso, a família Bolsonaro anunciou que entraria no Patriota. O senador Flávio Bolsonaro chegou a se filiar na legenda.
Revoltados, os filiados do Patriota afastaram o presidente da legenda, Adilson Barroso, e impediram a entrada de Bolsonaro.
Os partidos não querem Jair Bolsonaro porque conseguem prever seu fracasso nas eleições de 2022. A rejeição ao seu governo tem crescido, ao passo que ele só tem apoio de uma parte radicalizada da sociedade.
O deputado Julian Lemos (PSL-PB) publicou em suas redes sociais que “Jair Bolsonaro quis fazer com o PL e com Valdemar da Costa Neto o que fez com Bivar e com o PSL”.
“Bolsonaro não tem respeito nem consideração por ninguém, porém alguns querem apenas o respeito, porém ele não sabe o que seja isso. Jair Bolsonaro trás com ele o caos e a discórdia”, afirmou.
“Por onde passa deixa terra arrasada, Patriota, PSL, PTB sem nem entrar, e enganou o Valdemar que espantosamente acreditou nele”. No caso do PTB, o presidente da legenda, Roberto Jefferson, tentou abrir espaço para a entrada de Bolsonaro, mas, depois que foi preso e abandonado pelo governo, cancelou o convite.
O deputado disse ainda que Jair Bolsonaro “é sem palavra, enganador e perverso”. “Diante de tudo o que tenho visto, não tenho outro nome, e não ser chamá-lo de mentiroso”.
“O PL não precisa de Jair Bolsonaro para nada, zero! Mas Jair Bolsonaro precisa e muito do PL e PP. Ele está nas mãos dos caras”, considerou.
