Jair Bolsonaro confirmou para seus aliados que indicará o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), que abrirá com a aposentadoria do decano Marco Aurélio Mello.
André Mendonça começou a conversar com senadores, que têm que aprovar seu nome para a vaga no STF, ainda na terça-feira (6). Ele precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores.
Mendonça será a segunda indicação de Bolsonaro para a Corte. A primeira foi a de Kassio Nunes Marques.
Mendonça esteve na AGU por duas vezes no governo Bolsonaro. No interregno, assumiu o Ministério da Justiça, quando o ex-juiz Sergio Moro pediu demissão e denunciava a pressão que sofreu para demitir o diretor-geral da Polícia Federal e o superintendente do Rio de Janeiro.
Enquanto AGU, André Mendonça encabeçou diversas disputas a favor de Jair Bolsonaro no STF.
Em um dos casos, Mendonça defendeu no STF que as igrejas deveriam ter permissão para continuarem abertas durante a pandemia, ignorando as regras de restrição e de distanciamento determinadas pelos Estados e municípios.
André Mendonça argumentou que “os verdadeiros cristãos estão dispostos a morrer para garantir a liberdade de culto”. A decisão do STF, por 9 votos contra 2, foi contrária à argumentação de André Mendonça.
À frente do Ministério da Justiça, Andre Mendonça pediu para a Polícia Federal abrir inquéritos contra jornalistas que criticaram o governo Bolsonaro. O ato foi criticado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades.
Muitos consideraram que o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, foi passado para trás com a indicação de Mendonça. Aras tem barrado denúncias contra Jair Bolsonaro e protegido seu governo a partir da PGR.