Jair Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter aberto inquéritos para investigar seus crimes e reclamou que “isso é ditadura”.
Para piorar, Bolsonaro apresentou, na sexta-feira (20), um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Os ataques acontecem dois dias depois do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), ter se reunido com o presidente do STF, Luiz Fux, para tentar retomar o diálogo entre os Poderes.
Segundo Jair Bolsonaro, “não se pode abrir um processo contra o presidente da República sem ouvir o Ministério Público, isso é ditadura”.
Bolsonaro está reclamando porque o Supremo o incluiu na lista de investigados por ter divulgado na íntegra um inquérito sigiloso e pelas acusações infundadas de que as urnas eletrônicas e as eleições de 2014 e 2018 foram fraudadas.
Ele ainda tentou passar para a conta do STF sua culpa pelo desastre econômico em que colocou o país.
“Vamos chegar num acordo. Toda vez que há um problema, mexe no dólar, mexe no preço do combustível, tem inflação, tem dor de cabeça para o povo todo, em especial o mais pobre e humilde, é pedir muito o diálogo? Da minha parte nunca vou fechar as portas para ninguém”, disse Bolsonaro.
Na quarta-feira (18), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se reuniu com Luiz Fux, presidente do Supremo, na tentativa de retomar o diálogo entre os poderes.
Depois que Jair Bolsonaro reforçou suas ameaças às eleições e à democracia, Luiz Fux cancelou a reunião entre os presidentes dos poderes.
Ciro Nogueira disse que “vamos retomar o diálogo, eu tenho certeza. O Brasil, o nosso futuro, a harmonia entre os Poderes, sintetizados no símbolo que é a nossa Constituição”.
Em nota, Fux disse que conversou com o ministro “sobre a importância do diálogo entre os poderes, e Ciro Nogueira pediu que seja remarcada a reunião entre os chefes de Poder”. Fux disse que iria reavaliar a questão.
Essa possibilidade parece ficar mais distante depois que Jair Bolsonaro apresentou, na sexta-feira (20), um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, que é ministro do STF.
O pedido, que foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), mas assinado apenas por Jair Bolsonaro, diz que Moraes tenta “atuar como verdadeiro censor da liberdade de expressão ao interditar o debate de ideias e o respeito à diversidade”.