“Cortar as comunicações e a internet é uma tentativa por Israel de criar um estado de escuridão de forma a cometerem mais crimes”, alertou o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh
A empresa palestina de telecomunicações Jawwal disse, em mensagem na página oficial da companhia no Facebook, nesta sexta-feira (27) que os serviços de telefonia móvel e de internet na região foram cortados devido aos bombardeios de Israel. Há vinte dias, o cerco total da força de ocupação israelense a Gaza impede a entrega de comida, água, remédios e combustível para seus 2,2 milhões de habitantes.
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh , declarou em entrevista para a rede Al-Araby Al-Jadeed (do Catar) que as falhas generalizadas de comunicação e internet são causadas propositalmente por Israel para aprofundar as atrocidades contra o povo palestino.
“Cortar as comunicações e a internet é uma tentativa por Israel de criar um estado de escuridão de forma a cometerem mais crimes”, alertou Shtayyeh.
“O que está acontecendo em Gaza é uma preparação para uma incursão por terra. É um momento histórico para toda pessoa livre e consciente agir e deter o massacre”, destacou.
O embaixador do Brasil na Palestina disse, por volta das 15h30, que havia uma alternativa para se comunicar com os brasileiros, mas não detalhou qual é, e disse que o governo brasileiro se manifestaria sobre a situação.
Uma longa série de grandes explosões iluminou o céu da cidade de Gaza após o anoitecer de sexta-feira, e um correspondente da Al Jazeera disse que o norte de Gaza estava sendo atingido por ataques aéreos e de artilharia.
A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino disse ter perdido completamente o contato com sua sala de operações em Gaza e com todas as suas equipes que operam no terreno.
“Não temos internet, não temos nenhum tipo de sinal em nossos telefones, ficamos totalmente isolados no território”, relatou Al Jazeera Tareq Abu Azzoum de Khan Younis em Gaza na sexta-feira. Os moradores ficaram “aterrorizados e com medo”, disse ele.
Em paralelo, a ONU advertiu que “muitos mais morrerão” como resultado do brutal cerco de Israel a Gaza, que também fez com que o esgoto corresse para as ruas.
“As pessoas em Gaza estão morrendo; eles não estão apenas morrendo por causa de bombas e ataques: em breve muitos mais morrerão devido às consequências do cerco imposto à Faixa de Gaza”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA).
“Os serviços básicos estão desmoronando, os medicamentos estão acabando, os alimentos e a água estão acabando, as ruas de Gaza começaram a transbordar de esgotos.”