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Segundo relatório da Fiocruz, 19 estados e 20 capitais estão sob risco de colapso da saúde
O Brasil registrou o maior número de mortes em 24 horas desde o início da pandemia, com 1.726 novos óbitos nesta terça-feira (2), segundo os dados levantados pelo consórcio de veículos de imprensa. O triste recorde acontece num momento em que o país enfrenta a pior fase da pandemia até agora, com 19 estados sob risco imediato de colapso do sistema de saúde.
A média móvel de mortes pela doença também bateu recorde com 1.274 vítimas do coronavírus. O número de casos confirmados chegou a 10.647.845, sendo 58.237 contabilizados nas últimas 24 horas. Os dados foram levantados até às 20h desta terça-feira.
A média móvel de mortes, que registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana, bateu recorde pelo quarto dia consecutivo. Além disso, já são mais de 40 dias com a média acima da marca de 1 mil óbitos.
O estado mais populoso do país também atingiu recorde de óbitos nesta terça-feira. Foram 468 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Com isso, o Estado chegou a 60.014 óbitos e 2.054.867 casos confirmados.
“Precisamos da colaboração da população. Não adianta abrir mais leitos. Nós estamos abrindo, estamos expandindo. Estamos fazendo a nossa parte, mas nós temos a limitação, tanto de espaço, mas também de recursos humanos”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
De acordo com o secretário, as pessoas precisam colaborar para evitar aglomerações que possam disseminar o contágio pelo vírus.
“Nós temos que parar com a velocidade e a instalação da pandemia no nosso meio. Nós imploramos, nós já não pedimos, que a população colabore. Precisamos ter responsabilidade. Estamos todos no mesmo barco. E todos estamos em risco.”
UTIS LOTADAS
A situação crítica preocupa todas as regiões do país. Segundo nota técnica da Fiocruz, 20 estados brasileiros possuem uma taxa de ocupação de UTIs superior a 80%. “Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de Srag [Síndrome Respiratória Aguda Grave], a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais”.
Ainda nesta terça-feira, o Rio Grande do Sul anunciou que ultrapassou 100% de ocupação dos leitos de UTI adulto. Já são 2.824 pacientes internados em 2.818 leitos, incluindo hospitais públicos e privados. O Estado vive o pior momento da pandemia , com todas as regiões em bandeira preta.
Em Santa Catarina, desde 21 de fevereiro, quando o Estado atingiu a capacidade máxima de internação, foram 26 mortes na fila por uma vaga de UTI.
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Entre as 27 capitais do país, há 20 com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos de 80% ou mais:
- Porto Velho (100%)
- Rio Branco (93%)
- Manaus (92%)
- Boa Vista (82%)
- Belém (84%)
- Palmas (85%)
- São Luís (91%)
- Teresina (94%)
- Fortaleza (92%)
- Natal (94%)
- João Pessoa (87%)
- Salvador (83%)
- Rio de Janeiro (88%)
- Curitiba (95%)
- Florianópolis (98%)
- Porto Alegre (80%)
- Campo Grande (93%)
- Cuiabá (85%)
- Goiânia (95%)
- Brasília (91%)
Os dados da Fiocruz comparam a situação das UTIs verificadas em 1º de março, em contraponto aos observados em 22 de fevereiro.
“Diante desse quadro, os pesquisadores do Observatório Fiocruz Covid-19 ressaltam a necessidade de adoção de medidas mais rigorosas de limitação da circulação das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de de critérios técnicos como taxas de ocupação de leitos e tendência de elevação no número de casos e óbitos”.