Segundo Austin Rating, país caiu 7 posições e ficou atrás do Chile e México entre 50 nações. No fim de 2020, estava na 12ª posição
O Produto Interno Bruto (PIB), medida das riquezas produzidas por cada país, variou 1,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Com esse resultado, a classificação do país despencou na classificação entre 50 países, segundo estudo, divulgado na terça-feira (1), pela Austin Rating, empresa que atua como classificadora de risco de crédito.
O Brasil perdeu sete posições no ranking na comparação com o último trimestre de 2020, caindo para o 19.º lugar, informou Alex Agostini, economista-chefe da agência.
Lideram o ranking neste primeiro trimestre a Croácia (5,8%), Hong Kong (5,4%), Estônia (4,8%), Chile (3,2%) e Cingapura (3,1%). Na América do Sul, a Colômbia também ficou à frente do Brasil, com avanço do PIB de 2,9% no período.
Agostini fez questão de enfatizar que o Brasil só conseguiu se manter nessa posição (19ª) por causa do alto do preço das commodities, que está no maior nível desde 2009.
Segundo a agência, enquanto a indústria extrativa ficou positiva, a indústria de transformação, que está relacionada à atividade econômica interna, teve queda. “O resultado do PIB no primeiro trimestre não reflete a nossa realidade doméstica, que é uma recuperação ainda descompassada, muito do lado da produção para o exterior e menos para o consumo doméstico, que está acontecendo ainda em passos lentos”, ressaltou.
O economista avaliou que os países que combateram a pandemia da Covid-19 com vigor, aplicando as medidas sanitárias orientadas pela a Organização Mundial da Saúde (OMS) e que concederam incentivos fiscais significativos, ocupam as primeiras posições do ranking do Produto Interno Bruto (PIB).
A melhor classificação do Brasil nas classificações dos PIBs foi a oitava (8º). Após a recessão de 2014/2015 o país amarga uma economia patinando em torno de 1%. Com a atual política econômica em curso, que não respeita, nem encaminha as medidas que trazem resultados comprovados no combate à pandemia, que vem se agravando no Brasil com a sabotagem à vacinação e de ausência de estímulos à economia, como investimentos públicos, a atividade econômica no Brasil deve continuar estagnada.
A Austin manteve inalterada a projeção para o PIB do Brasil em 2021, de 3,3%, e de 3% para 2022, apesar de incertezas ainda presentes. Novas altas da taxa Selic; a situação da crise da crise hídrica; a imunização lenta contra o Covid-19; a elevação dos custos de produção, com os preços das commodities no centro desse cenário, entre outras questões.
OCDE
Da mesma foram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório semestral, divulgado na segunda-feira (1/6), manteve a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 3,7% este ano, porém bem abaixo da média global, de 5,8%.
Segundo a OCDE, os países do G20, que reúne as maiores economias do mundo, vão crescer em torno de 6,3%. Na zona do euro, o aumento esperado do PIB é de 4,3%. Entre os chamados países “emergentes”, entre eles o país que mais cresce no mundo, a China, a alta será de 8,5% e a economia da Argentina crescerá 6,1%.
A organização alerta que: “se as transferências de renda não forem prolongadas e se, paralelamente, a pandemia continuar afetando a atividade econômica, a taxa de pobreza voltará a aumentar neste ano”.
De acordo com a OCDE, é “fundamental que as autoridades brasileiras tomem rapidamente medidas para controlar a pandemia, principalmente a aceleração da campanha de vacinação e a melhora do rastreamento dos casos de contaminação”.
Como pode se constatar, a previsão de crescimento do PIB brasileiro é inferior a todos os países ou grupo de países acima e há mais comparações que demonstram como nossa recuperação está lenta e abaixo das necessidades de geração de empregos, suporte às dezenas de milhares de brasileiros que não terão oportunidade de emprego num curto espaço de tempo, entre outros desafios.
No ranking da OCDE, na América Latina o Brasil fica atrás da Colômbia (7,6%), do Chile (6,7%) e do México (5%). Para 2022, a previsão de crescimento caiu de 2,7% para 2,5%.
Da parte do governo não há nenhum movimento sério para enfrentar a crise, seja sanitária ou econômica, como os estímulos fiscais, que a maioria dos países fizeram e estão fazendo para enfrentar a pandemia e as consequências dela para a economia.
Pelo contrário, na terça-feira (1), Jair Bolsonaro, em resposta àqueles que pedem a ampliação do auxílio emergencial, respondeu que eles devem “ir no banco e fazer empréstimo”, num cenário de desemprego recorde, queda na renda e amento dos juros.