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Nesta segunda-feira (20) o Brasil ultrapassou a marca de 80 mil mortes por Covid-19, pouco mais de quatro meses após o primeiro registro oficial.
Com 632 óbitos notificados nas últimas 24 horas, segundo balanço do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, o total acumulado de vítimas foi a 80.120 nesta segunda.
Entre ontem e hoje, as secretarias estaduais de saúde também confirmaram 20.257 novos casos da infecção. Com os dados, o Brasil soma 2.118.646 contaminados, com 1.409.202 já recuperados e 629.324 em acompanhamento, sendo ocorrências notificadas nos últimos 14 dias e que não evoluíram para óbito.
De acordo com a Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, o Brasil permanece em 2º lugar em número absoluto de mortos entre as nações com registros da doença, perdendo apenas para os EUA, que registrou 140.947 óbitos até a segunda-feira. Mais de 608 mil pessoas morreram em todo o mundo.
Um dia antes do Brasil chegar a esta triste marca, Jair Bolsonaro, que afirmou estar contaminado pelo coronavírus, se encontrou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, separados apenas pelo espelho d’água. No breve encontro, Bolsonaro exibiu como um troféu aos seus seguidores uma embalagem de hidroxicloroquina. A eficácia do medicamento no tratamento à Covid-19 não possui qualquer comprovação científica.
O Ministério da Saúde enviou ainda ofício à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, pedindo que a instituição indique e promova amplamente no SUS o tratamento com uso de cloroquina e hidroxicloroquina para pacientes de Covid-19, já nos primeiros dias de sintomas.
O ofício, que também é endereçado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) e ao Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, foi assinado pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otavio Franco Duarte.
O documento diz que a medicação faz parte de estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar.
A recomendação pelo uso da hidroxicloroquina, no entanto, vai contra as evidências científicas, que até agora mostraram que as drogas não só não possuem benefício contra a doença, como também podem agravar quadros de pacientes internados e causar a morte.