O líder kayapó Ropni Metyktire, 90 anos, o cacique Raoni, foi novamente internado no Hospital Dois Pinheiros, em Sinop (MT), com sintomas de pneumonia.
Em nota, o Instituto Raoni informa que ele apresenta bom estado de saúde, respirando normalmente, sem a ajuda de aparelhos.
Segundo o instituto Raoni foi submetido a exame sorológico, que acusou a presença de anticorpos contra o novo coronavírus em seu organismo.
“O motivo foi a constatação de alterações na taxa de leucócitos no sangue e sintomas de pneumonia. Exames específicos realizados – tomografia computadorizada e sorologia confirmaram Covid-19. Seu estado é bom, sem febre, respirando normalmente e sem ajuda de oxigênio”, disse o instituto.
Em meados de julho, ele havia apresentado um quadro de hemorragia digestiva. Na ocasião, passou por duas unidades hospitalares, permanecendo internado por uma semana.
Durante o período de internação, o líder kayapó foi submetido a uma transfusão de sangue e a uma bateria de exames, que detectou úlceras intestinais, inflamação no cólon, fibrilação atrial crônica e enfisema. Como consequência do sangramento digestivo, desenvolveu anemia em nível grave.
O cacique Raoni é uma liderança de forte influência e que mantém interlocução com diversas figuras de semelhante proeminência, como o Papa Francisco. Reconhecido pelas mobilizações em prol dos povos indígenas e da floresta amazônica, ele foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, por iniciativa de ambientalistas e indigenistas.
De acordo com levantamento da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), já são 28.815 os casos de Covid-19 confirmados entre indígenas. Pela contagem, o total de óbitos causados pela doença chegam a 757.
Até o momento, constatou-se que a infecção pelo Sars-CoV-2 circula entre 156 povos indígenas. Já os registros oficiais, do governo federal, relacionam 22.923 casos confirmados e 377 óbitos, excluindo da conta contágios envolvendo indígenas que vivem na zona urbana.