Câmara ouvirá diretor da PRF para explicar bloqueios de eleitores e desrespeito ao TSE

Diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Foto: Valter Campanato - Agência Brasil
Ministro da Justiça, Anderson Torres, também terá que prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização e Controle sobre o assunto

A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (9) requerimentos para que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, prestem esclarecimentos sobre operações da PRF contra o transporte público de eleitores no segundo turno das eleições.

Na véspera do segundo turno, dia 29 de outubro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, publicou despacho proibindo a corporação de realizar operações relacionadas ao transporte público de eleitores, a fim de não atrapalhar a votação.

Entretanto, pelo menos 610 ônibus foram parados em fiscalizações da PRF, sendo que quase metade delas ocorreu no Nordeste – região onde o ex-presidente Lula (PT) teve maior concentração de votos na eleição presidencial.

Silvinei Vasques deverá comparecer à comissão em 24 de novembro. Já o ministro Anderson Torres deve ir em 14 de dezembro.

Os requerimentos para ouvir o diretor-geral da PRF e o ministro da Justiça, a quem a corporação é subordinada, foram feitos pelo deputado federal Ivan Valente (PSol-SP).

Valente destaca no pedido que a PRF “ignorou” a decisão do TSE que proibiu a corporação de fazer qualquer operação relacionada ao transporte público de eleitores para as seções eleitorais no segundo turno.

O deputado afirmou, ainda, que “a desconfiança em relação à atuação da PRF foi reforçada pelo fato de o diretor-geral da instituição, Silvinei Vasques, ter manifestado seu apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL)”.

No dia anterior ao pleito, Vasques usou as redes sociais para pedir voto para o atual presidente. “Vote 22, Bolsonaro presidente”, publicou.

Os requerimentos também cobram explicações das duas autoridades sobre as medidas adotadas pela corporação em relação aos bloqueios e interdições de rodovias federais, organizados por apoiadores de Bolsonaro após a vitória de Lula na eleição.

Ivan Valente citou como justificativa para o comparecimento de Torres e Vasques a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira, 1º de novembro, em que a Corte formou maioria favorável à determinação de Moraes para desbloqueio imediato das estradas.

“O bolsonarismo reagiu à derrota nas urnas, com rodovias federais sendo bloqueadas por caminhoneiros simpáticos ao presidente Brasil afora”, diz o deputado.

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