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Após sete dias de paralisação, os caminhoneiros autônomos do Porto de Santos (SP), que encerraram a greve na segunda-feira (8), avaliam que o movimento foi vitorioso, já que conquistaram uma das reivindicações do setor: “um acordo com 68 transportadoras que atuam no porto, que se comprometeram a cumprir o piso mínimo do frete, com mais 10% de aumento”, conforme explicou o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Santos de Carvalho.
“Nosso corpo jurídico traçou a estratégia, as transportadoras acordaram e assinaram. Em dezembro, sentamos para aplicar 20% da referência mínima”, disse Luciano.
Em relação à outra reivindicação da categoria, que motivou protestos de caminhoneiros em todo o país no início do mês, o posicionamento contrário à política de preços da Petrobrás e do governo Bolsonaro, e os aumentos constantes do preço do diesel, Luciano afirmou, logo após a assembleia que definiu o fim da greve, que “é uma pauta nacional” que precisa da mobilização de caminhoneiros de todo o país. “Fomos em cima do que precisamos, que é um frete justo”, disse o sindicalista.
O diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), Carlos Alberto Litti Dahmer, uma das lideranças dos protestos e paralisações de caminhoneiros que aconteceram em várias estradas do país nos primeiros dias de outubro, afirmou que o movimento foi vitorioso.
“A conquista dos autônomos de Santos mostra que o movimento foi extremamente positivo”, diz Litti, ao HP. “A negociação a partir do piso mínimo do frete mostrou a constitucionalidade da reivindicação. E foi negociado a partir do custo, com a possibilidade de uma lucratividade de 20%. O que mostra que o mercado aceita, que é possível que seja garantido esse piso”, disse.
Litti acrescentou ainda que, “assim como no Mato Grosso e em Rondônia onde também estão conseguindo essa negociação”, o movimento desencadeado pelos caminhoneiros de Santos, “é uma boa lição”, e que a construção de um movimento unificado continua com a próxima reunião nacional a ser realizada ainda esse mês.