Imagens, no entanto, ainda ficaram disponíveis por algum tempo no perfil do Instagram do deputado Vicentinho Júnior (PP-TO). Depois também foram deletadas
A Casa Civil do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) apagou fotos que estavam na conta do Flickr da pasta. Eram fotos de reunião do senador licenciado, ministro Ciro Nogueira, com o pastor Arilton Moura, apontado como integrante do esquema de corrupção no MEC (Ministério da Educação).
Por que as fotos foram apagadas? É a pergunta que não quer calar!
O encontro ocorreu dia 21 de setembro do ano passado e foi registrado por fotógrafo da Casa Civil.
O endereço em que as fotos estavam originalmente hospedadas figurava como indisponível ao ser acessado na última quinta-feira (14). A agenda oficial do ministro também não faz menção a nenhum encontro com o religioso.
As imagens, no entanto, ficaram por algum tempo disponíveis no perfil do Instagram do deputado Vicentinho Júnior (PP-TO), que também participou da reunião. Depois ele apagou também.
‘PACIÊNCIA E PRESTEZA’
Quando as fotos ainda estavam na conta do deputado, era possível ver que ele havia postado as imagens com a seguinte legenda: “Mais uma vez estive com o ministro Ciro Nogueira para tratar sobre as demandas dos municípios tocantinenses. Agradeço imensamente ao ministro pela paciência e presteza que sempre nos atende. Agradeço mais ainda pela sensibilidade em atender nossos pedidos que beneficiam as pessoas do Tocantins”.
Ainda nesta quinta-feira, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República divulgou lista com registros de acessos do pastor Arilton Moura a gabinetes do Palácio do Planalto. A relação aponta que, dia 21 de setembro de 2021, o pastor Arilton esteve na Casa Civil.
Arilton e outro pastor, Gilmar dos Santos, estão no centro das denúncias de irregularidades no MEC. Em áudio, o ex-ministro Milton Ribeiro diz, durante reunião com prefeitos, que repassava verba da pasta para municípios apontados pelos dois religiosos.
Ribeiro, que foi demitido após as denúncias de irregularidades no MEC, disse ainda que fazia isso a pedido “especial” de Jair Bolsonaro.
DITO PELO NÃO DITO, MAS NÃO COLOU
Depois, o ex-ministro negou que favorecesse os pastores e que estivesse obedecendo à determinação de Bolsonaro, apesar do áudio. Os dois pastores não têm cargos no governo.
Após o caso ter sido revelado, prefeitos relataram que Santos e Moura pediram propina para liberar verbas do MEC aos municípios. Segundo os prefeitos, foram solicitados dinheiro e até ouro e compra de bíblias como propina.
Santos e Moura já foram registrados em fotos oficiais do governo em eventos no Palácio do Planalto e em encontro com Bolsonaro no gabinete. Bolsonaro também já participou de evento da igreja da qual os pastores fazem parte.
M. V.