As centrais sindicais CTB, Força Sindical, CGTB, CUT, UGT, CSB e Intersindical participaram na última terça-feira (12) de reunião com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. No encontro os representantes das entidades criticaram a reforma da Previdência e a Medida Provisória 873, que impõe novas restrições ao financiamento das entidades sindicais, e discutiram ações emergenciais para amenizar os impactos do desemprego no país.
Na reunião também estavam representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do setor de transportes e parlamentares de oposição e da base do governo.
O dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Saulo Arcangeli afirmou que a proposta de reforma da previdência do governo é “duríssima contra os trabalhadores e os mais pobres” e disse que a medida provisória 873 é “um ataque à liberdade sindical, a direitos constitucionais e a direitos contidos na Organização Internacional do Trabalho”.
O representante da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Flauzino Antunes Neto, defendeu que a previdência permaneça pública e solidária.
“Não existe nenhum déficit [na Previdência] e sim superávit. Se tem superávit não precisa de reforma, que só vai esfolar os trabalhadores. O Governo usa essa mentira do déficit a fim de aprovar à reforma para engordar banqueiros e setor financeiro. Essa reforma, como a trabalhista, não gerará empregos e muito menos salvará a economia como o governo está pregando. A economia só crescerá com a redução dos juros, aumento do investimento público e aumento da demanda interna”, disse Flauzino.
Já o primeiro secretário da Força Sindical, Sergio Luiz Leite, defendeu o aumento das parcelas do seguro-desemprego. “Esse é um projeto que tramita no Congresso. Além de minimizar os efeitos do desemprego, também contribui, mesmo com pouco, para a retomada da economia”, diz Serginho.
O vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (SINDPEN-DF), Leandro Allan Vieira, disse que “o governo está tentando colocar remendos em feridas que têm que ser curadas. Temos que começar a discutir uma política pública de longo prazo, porque os trabalhadores não suportam mais pagar a conta da irresponsabilidade governamental”, afirmou Vieira.
As Centrais Sindicais estão preparando para o próximo dia 22 um ato nacional contra a proposta de reforma da Previdência.