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As centrais sindicais se reuniram na terça-feira (26), na sede do Dieese, em São Paulo, para discutirem os próximos passos da luta contra a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro. Além de avaliarem como altamente positiva a manifestação do último dia 20, em São Paulo, os dirigentes sindicais marcaram para o dia 22 de março um novo Dia Nacional de Luta em defesa das aposentadorias.
Participaram do encontro a Força Sindical, CTB, CSP-Conlutas, UGT, CUT, CGTB, Nova Central, CSB e Intersindical.
Os sindicalistas também debateram o conteúdo da proposta de reforma do sistema de aposentadorias apresentada pelo governo.
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, fez uma exposição sobre os principais impactos da PEC 6/2019. Ele alertou que a desconstitucionalização da Previdência, ou seja, a remeter para lei complementar a definição dos regimes previdenciários, “é um cheque em branco para o governo avançar rumo ao sistema de capitalização e a privatização”.
Para Wagner Gomes, secretário geral da CTB, “um dos aspectos mais criticados e nocivos da reforma é a capitalização, que abre caminho para a progressiva privatização do sistema previdenciário no Brasil. Uma vez transformada em mercadoria a Previdência será um privilégio de poucos, como mostra o exemplo do Chile”.
Para ele, o a manifestação do dia 22 “será mais um passo na organização de uma greve geral para barrar a reforma proposta por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Chegaremos lá e estamos convictos de que lograremos impedir o retrocesso”.
O presidente da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates (Mancha), afirmou que o que é colocado pela análise técnica feita pelo Dieese, “mostra que o ataque é muito pior do que pensávamos”. Ele propôs transformar as comemorações do Dia Internacional da Mulher, o 8 de Março, em grandes manifestações em defesa da aposentadoria.
“Temos que orientar as organizações dos movimentos populares, que tradicionalmente organizam grandes atos e mobilizações nesta data, a colocar o tema da reforma da Previdência como carro chefe das manifestações”, ressaltou Mancha.
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), o importante agora é centrar todas as forças na realização do dia de lutas em 22 de março, com manifestações em todo o país, como forma de avançar na mobilização dos trabalhadores. “A proposta de greve geral tem de ser construída e muito bem elaborada. É preciso criar antes uma pauta única. Unificar os discursos”, afirmou.
Além de reforçar a sugestão de que a luta contra a reforma da Previdência seja o tema central nas manifestações do 8 de Março, e a organização do Dia Nacional de Lutas, em 22 de março, os sindicalistas também já programam um ato em frente à Superintendência do INSS em São Paulo, no dia 29 de março, com passeata pelas ruas centrais da cidade.