Os presidentes das centrais sindicais divulgaram, nesta quarta-feira, 26, uma nota conjunta em repúdio ao comportamento de Bolsonaro, que convocou pelo seu Whatsapp uma manifestação contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, para o próximo dia 15.
“Com esse ato, mais uma vez, o Presidente ignora a responsabilidade do cargo que ocupa pelo voto e age, deliberadamente, de má fé, apostando em um golpe contra democracia, a liberdade, a Constituição, a Nação e as Instituições.
Não há atitude banal, descuidada e de “cunho pessoal” de um Presidente. Seus atos devem sempre representar a Nação e, se assim não o faz, comete crime de responsabilidade com suas consequências.
Ressaltamos que segundo o Art. 85 da Constituição Federal:
‘São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação’.
A nação brasileira deve repudiar a enorme insegurança política que fere a liberdade, os direitos dos cidadãos, que trava a retomada do crescimento e, por consequência, alimenta o desemprego e da pobreza.
Precisamos ultrapassar essa fase de bate-bocas nas redes sociais e de manifestações oficiais de repúdio aos descalabros do Presidente.
Não podemos deixar que os recorrentes ataques à nossa democracia e à estabilidade social conquistadas após o fim da ditadura militar e, sobretudo, desde a Constituição Cidadã de 1988, tornem-se a nova normalidade.
Diante desse escandaloso fato, as Centrais Sindicais consideram urgente que o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional se posicionem e encaminhem as providências legais e necessárias, antes que seja tarde demais.
Do mesmo modo, conclamamos a máxima unidade de todas as forças sociais na defesa intransigente da liberdade, das instituições e do Estado Democrático de Direito”.
A nota é assinada por Sergio Nobre, presidente da CUT (Central única dos Trabalhadores), Miguel Torres, presidente da Força Sindical, Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Adilson Araújo, presidente da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), José Calixto Ramos, presidente da NCST (Nova Central de Sindical de Trabalhadores), Antonio Neto, presidente da CSB (Central de Sindicatos do Brasil), Edson Carneiro Índio, secretário geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Ubirací Dantas de Oliveira, presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).