Após perder as eleições, a chapa apoiada pela Força Sindical/CUT tenta recorrer à Justiça para permanecer no controle do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. Em decisão monocrática publicada nesta terça-feira (23), o ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, suspendeu os efeitos do resultado do pleito que elegeu a chapa 2, eleita com 67,1% dos votos.
Em nota, a Chapa eleita afirmou que “a assessoria jurídica já está tomando as medidas cabíveis para fazer valer a vontade dos trabalhadores, que foram às urnas pelo desejo de mudança da direção do sindicato”.
No comando da entidade por mais de 30 anos, a chapa 1 perdeu as eleições ao conquistar apenas 335 (18,5%) dos 1807 votos na disputa. A chapa 2 “A Hora da Mudança”, apoiada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e pela Conlutas, por sua vez, foi eleita com 1212 votos (67,1%), demonstrando o descontentamento dos metalúrgicos com o grupo que dirigiu a entidade nas últimas décadas.
“Nós estamos surpresos porque, após três eleições canceladas, a de 2010, 2014 e 2018, a atual gestão usou da lei para permanecer do poder com descaso. Agora querem usar a Justiça para de forma equivocada permanecer no poder”, denunciou Edimar Miguel, presidente eleito da Chapa 2.
“É importante deixar claro à atual direção do nosso sindicato que eles não vão levar esse pleito no tapetão!”, afirma a Chapa 2 em nota. “Nós estamos aqui para que o trabalhador tenha seu poder de voto respeitado e o sindicato volte para sua mão”, disse o presidente eleito. “A luta continua, companheiros, até que a gente devolva o nosso sindicato à sua verdadeira trincheira de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores”, completou Edimar.