Ele defendeu ainda que governo federal faça um pedido de desculpas ao governo chinês após acusações de Bolsonaro
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, nesta quarta-feira (12), que pediu ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, a liberação de mais insumos para a produção da CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
“Acabo de conversar por telefone com o embaixador da China no Brasil, Wanming Yang, pedindo a liberação de mais insumos para a produção da Coronavac. Me solidarizei e lamentei as declarações desastrosas feitas por membros do Governo Federal sobre a China”, disse Doria no seu perfil no Twitter.
O governador paulista ainda ressaltou: “[A China] É o país que mais está ajudando a salvar a vida dos brasileiros, já que tanto a CoronaVac, como a AstraZeneca dependem de insumos produzidos na China”.
Em 5 de maio, Bolsonaro insinuou, em discurso, que o coronavírus, pode ter sido criado em laboratório como parte de uma “guerra química” e referiu-se à China de maneira indireta como país que se beneficiou com a doença. Dias antes, em 27 de abril, o ministro Paulo Guedes (Economia) disse que o país asiático inventou o vírus e que a vacina desenvolvida na China era “menos eficiente”.
Para Doria, o governo federal deve um pedido de desculpas ao governo chinês pelo “desrespeito ao país”, que, para ele, é o que mais está ajudando o Brasil a combater a pandemia de covid-19.
Durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, Doria ainda salientou que os insumos para a CoronaVac estão prontos na China e podem vir ao Brasil
“O embaixador Wanming me disse que voltará a falar amanhã com a chancelaria chinesa em Pequim renovando o apelo para que haja a liberação dos insumos que estão prontos no laboratório Sinovac, são 10 mil litros de insumos, suficientes para cerca de 18 milhões de doses da vacina”, afirmou Doria.
A previsão do Instituto Butantan de liberação pelo governo da China de um novo lote do insumo farmacêutico da CoronaVac na quinta-feira não irá se concretizar, e não há data prevista para que os chineses liberem a exportação dos insumos da vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac para envase no Brasil, disse o presidente do Butantan, Dimas Covas, nesta quarta-feira.
“Até o final da semana passada a gente tinha a perspectiva de autorização para exportação até o dia 13, e na reunião da manhã – nós mantemos uma reunião diária com o vice-presidente da Sinovac – essa previsão não vai se cumprir”, disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo.
“Portanto, nós não temos data neste momento prevista para essa autorização”, acrescentou.
Mais cedo, o governador disse que na sexta-feira (15) o Butantan entregará mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde e, após isso, não terá mais IFA para processar e terá de paralisar a produção. Disse ainda que a falta de insumos pode levar o Butantan a rever a previsão de totalizar a entrega de 100 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde até o final de setembro. Após a entrega prevista para sexta-feira, o Butantan terá concluído a entrega de 47 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. Segundo dados da pasta, 72,7% das doses aplicadas na campanha nacional de vacinação contra Covid-19 no Brasil foram da CoronaVac, que está sendo envasada pelo Butantan.