O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), rechaçou os ataques do deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL-SP) à Igreja Católica e ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e cobrou sua cassação.
“Se estes xingamentos tivessem acontecido em um âmbito de vício e do crime, já seriam em si mesmos reprováveis. O pior é que ocorreram na tribuna da Alesp”, disse Ciro em uma publicação em suas redes sociais.
“Ao querer bajular o seu líder, o deputado atentou contra valores profundos da democracia: a liberdade de expressão e o respeito à liberdade de culto. Além de ferir o decoro do cargo, o deputado feriu os princípios democráticos”, continuou.
“A ira demoníaca do deputado se deu pelo simples fato do arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, ter usado uma expressão bastante feliz contra a atitude de Bolsonaro, dizendo que o Brasil, para ser ‘pátria amada’, não pode ser ‘pátria armada’”, explicou.
O ex-governador afirma que o deputado foi movido pelo “autoritarismo, ódio, armamentismo, desrespeito à religião, falta de pudor e puxa-saquismo”.
Para Ciro, essa também “é a receita de um bolo que é preparado e servido todos os dias pelo atual presidente da República, um homem que se diz cristão mas age como um cozinheiro do inferno”.
“A Alesp não tem outro caminho que não cassá-lo. Um homem como esse não merece ser representante de um povo tão honrado e valoroso quanto o paulista”, pontuou Ciro Gomes.
Em um documento divulgado, o deputado anticristão simula pedido de “desculpas” pelo “excesso”, mas insiste que o discurso de Dom Orlando Brandes foi “desnecessário” e ultrapassa “os limites da propagação da fé e da espiritualidade para fazer proselitismo político”.
Frederico D’Ávila só acredita que os religiosos devem se ater a tais limites se for para criticar o governo Bolsonaro.
Tanto assim que nunca falou uma palavra diante do fato de Jair Bolsonaro indicar o pastor evangélico André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) por ser “terrivelmente evangélico”.
D’Ávila tentou se justificar ainda falando que seu discurso foi “inflamado” por “problemas havidos nos dias anteriores”.
“Fui vítima de homicídio por um assaltante em frente à minha esposa e meus filhos”, foi o que disse o deputado.