O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT criticou o fato do Orçamento da União, de R$ 4,8 trilhões, prever apenas R$ 25 bilhões são para investimento, o que é “absolutamente incapaz de financiar o que é a demanda do nosso povo”
O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) disse, em evento com prefeitos e vereadores, que “nenhuma demanda do país tem solução se o país não voltar a crescer” e, para isso, é preciso, também, investimento público, que está em seu menor nível na história.
Ciro Gomes foi sabatinado na 23ª Marcha em Defesa dos Municípios, organizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Ciro explicou que o Orçamento da União é de R$ 4,8 trilhões, mas apenas R$ 25 bilhões são para investimento, o que é “absolutamente incapaz de financiar o que é a demanda do nosso povo”.
“É flagrante que o conserto da conta pública tem que vir estruturando a meta de ampliar o investimento, sem o que o país não vai crescer. Por isso, pela primeira vez em 120 anos, o Brasil tem uma década inteira com crescimento zero e os indicadores sociais mais trágicos da história”, continuou.
“Entre desemprego aberto, desalento e informalidade selvagem, 70% da nação brasileira estão machucados. A renda está declinando ao menor valor histórico, o salário mínimo tem o pior poder de compra dos últimos 20 anos e só perde para o poder de compra da Venezuela”, disse.
No evento, o ex-prefeito de Sobral e ex-governador do Ceará avaliou que as contas públicas estão em uma situação grave por conta da estagnação econômica e dos juros altos.
“A causa é que a política de juros do Banco Central explodiu a dívida pública brasileira, que é honrada pela União Federal. Por isso, o governo federal cresce a carga tributária do governo FHC de 27% para 32,5% do PIB”.
“Eles meteram um Teto de Gastos que só ofende aquilo que interessa ao povo e deixaram a maior despesa de todas livre de qualquer constrangimento, que é juros para banco. 52% do Orçamento brasileiro é juro e rolagem de dívida”, denunciou o ex-governador.
Ciro Gomes defendeu a tributação sobre lucros e dividendos empresariais, principalmente do setor financeiro, que permite arrecadar R$ 70 bilhões por ano, e a partilha de “35% disso com os municípios”.
Ao fim de sua sabatina, Ciro Gomes assinou um documento se comprometendo com as pautas levantadas pela CNM, como a maior “municipalização” do orçamento, o respeito ao pacto federativo, aumento das verbas para os programas federais e a retomada de obras paralisadas.