Colombianos celebram redução de tempo de contribuição para aposentadorias junto com Petro

Petro denuncia pressões contra seu projeto de melhoria previdenciária para os colombianos (La Jornada)

Centro de Bogotá ficou lotado para exigir, junto com o presidente colombiano, a manutenção das leis de melhoria de direitos previdenciários – de autoria do governo – contestada por opositores no Tribunal Constitucional

Milhares de pessoas convocadas pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos da coalizão Pacto Histórico reuniram-se na Plaza de Bolívar, no centro histórico de Bogotá, na quinta-feira (19), para apoiar a melhoria nas condições das pensões, incluindo a redução das parcelas de contribuição para a aposentadoria em até 150 semanas (50 por filho), medidas da reforma aprovada em junho passado pelo Parlamento, cuja aplicação está nas mãos do Tribunal Constitucional.

“Eu acredito que a humanidade deveria pensar que ao invés de aumentar a idade da aposentadoria, o que se deveria discutir no mundo é como reduzir a idade para pensão. Essa porcaria na cabeça nos leva a pensar que a vida do ser humano é trabalhar, trabalhar e trabalhar. Que erro enorme”, afirmou o presidente Gustavo Petro na manifestação, defendendo a Reforma.

A reforma das pensões proposta pelo governo procura garantir um rendimento básico de aposentadoria a 2,5 milhões de adultos com mais de 65 anos que hoje não têm possibilidade de se aposentar, passando a responsabilidade ao Estado e tirando dos fundos privados, que hoje prevalecem no país.

Como um dos compromissos do seu governo, o presidente disse que vai proteger os idosos e não vai permitir que o dinheiro das suas pensões vá para os bolsos dos grandes empresários do país. Por isso, a reforma da segurança social procura garantir que “todos os idosos e idosas do país tenham uma vida digna, que tenham um prato de sopa e um lugar para viver”, ressaltou.

INFORMALIDADE ULTRAPASSA OS 60%

O professor Jairo Orlando Villabona, da Faculdade de Ciências Econômicas da Unal, assinalou que “o que o Governo pretende fazer é promover um valor de pensão para os adultos que não tiveram oportunidade de se reformar porque a informalidade na Colômbia ultrapassa os 60 %”.

 As faixas, cartazes e frases entoadas pelos manifestantes não se limitavam às pensões. Palestina Livre, Colômbia Humana, sem violência, direitos das mulheres também estavam presentes nas ruas. E também: “Não passarão”, “Petro, o povo está contigo”.

Além de Bogotá, outras capitais de Estados colombianos também receberam manifestações, como Cali, Manizales e Medellín. 

SISTEMA DE SAÚDE UNIVERSAL

Outra proposta que está no Tribunal é determinar que o Estado seja responsável pelo sistema de saúde de maneira universal, a transformando em um direito fundamental e limitando as chamadas Empresas Promotoras de Saúde (EPS) que são uma forma de concessão privada da gestão de hospitais e unidades de saúde que deveriam ser públicos. 

A colombiana Central Unitária de Trabalhadores (CUT) declarou que as medidas “buscam recuperar direitos, remover privilégios dos poderosos grupos privados e retirar do negócio do grande capital financeiro os 84 trilhões de pesos (cerca de US$ 20 bilhões) em saúde que manipulam atualmente as Entidades Promotoras de Saúde (EPS) e os 360 trilhões de pesos (US$ 95 bilhões) das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP)”.

A resistência a essas medidas tem se manifestado no parlamento. Assim, Petro pediu aos juízes do Tribunal Constitucional que rejeitassem as mais de 100 reivindicações feitas contra a reforma das pensões. “Não pressionamos os magistrados, mas pedimo-lhes que não tenham em conta as pressões contra esta lei”, expressou.

Segundo o líder colombiano, é esta “máfia que praticou o genocídio, matando centenas de milhares em governos sanguinários e de fossas comuns” que vêm tentando sabotar “as mudanças que o país aprovou nas urnas”. Para isso, denunciou, em articulação com os “donos dos meios de comunicação”, buscam criar um clima para o golpe, inventando mentiras e forjando “pesquisas”.

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