Bolsonaro quer adiar o anúncio do já decidido aumento na tarifa extra na conta de luz pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para depois de 7 de setembro.
Isso porque, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, Jair Bolsonaro não quer a divulgação de medidas impopulares antes do Dia da Independência, quando estão marcadas as manifestações de apoio ao governo convocadas por ele.
Na última sexta-feira (27), a Aneel anunciou que em setembro o valor da bandeira vermelha 2 será elevado, mas não disse quanto nem quando a taxa extra vai subir.
Apesar da agência ser uma entidade reguladora, portanto independente do governo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi um dos auxiliares de Bolsonaro a receber a ordem e vem participando de todas as decisões que envolvem a definição da nova tarifa.
Atualmente a sobretaxa está em R$ 9,49/100kWh. Quando foi acionada pela primeira vez em 2021, em maio, o valor da bandeira vermelha 2 era de R$ 6,24//100kWh.
Em julho, a agência abriu uma consulta pública para avaliar dois cenários: o primeiro, com manutenção do valor da taxa em R$ 9,49, e o segundo, com aumento para R$ 11,50. Há especulações que o aumento ultrapasse essa projeção, podendo chegar a R$ 25,00.
O aumento na conta de energia deve gerar um efeito cascata e impactar toda a economia brasileira. A indústria, por exemplo, é o setor que mais consome eletricidade no país. Em um cenário de racionamento ou até de apagão, a produção de setores industriais que vão da metalurgia aos alimentícios corre risco.
Criada em 2015, a bandeira tarifária é um valor extra cobrado na conta de luz, a cada 100kWh consumidos. O patamar 2 da bandeira vermelha é o mais elevado.