Craig Molhiber também repudiou conivência dos Estados Unidos com o genocídio que ocorre em Gaza
O diretor do escritório de Nova York do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Craig Mokhiber, renunciou ao seu cargo nesta terça-feira (31), em ato de repúdio contra a falta de ação do organismo internacional para impedir o genocídio que, com a conivência dos Estados Unidos, está sendo perpetrado na Faixa de Gaza por Israel.
“Escrevo em um momento de grande angústia para o mundo, inclusive para muitos de nossos colegas. Mais uma vez, estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a organização a que servimos parece incapaz de detê-lo. Como alguém que investiga os direitos humanos na Palestina desde a década de 1980, viveu em Gaza como conselheiro de direitos humanos da ONU na década de 1990 e realizou várias missões de direitos humanos para o país [EUA] antes e depois, isso é profundamente pessoal para mim”, aponta a carta de demissão do diplomata.
“Alto Comissário, estamos falhando novamente. O atual massacre em massa do povo palestino, enraizado numa ideologia etno-nacionalista dos israelenses, na continuação de décadas de perseguição e purga sistemática, baseada inteiramente pelo seu estatuto de árabes… não deixa espaço para dúvidas”, afirma.
MÍDIA OCIDENTAL DESUMANIZA PALESTINOS
“O genocídio que estamos testemunhando na Palestina é produto de décadas de impunidade israelita proporcionada pelos Estados Unidos (EUA) e outros governos ocidentais e de décadas de desumanização do povo palestino pelos meios de comunicação social corporativos ocidentais. Ambos devem acabar agora”, denuncia Mokhiber.
Reiterou que esses países não só se recusam a cumprir as suas obrigações convencionais para garantir o respeito das Convenções de Genebra, mas também estão armando ativamente os assaltantes, proporcionando apoio econômico e de inteligência, e dando cobertura política e diplomática à ofensiva de Israel.
“Em Gaza, casas de civis, escolas, igrejas, mesquitas e instituições médicas são atacadas arbitrariamente e milhares de civis foram massacrados. Na Cisjordânia, incluindo a Jerusalém ocupada, as casas são confiscadas e redistribuídas inteiramente com base na raça, e pogroms violentos de colonos são acompanhados por unidades militares israelenses”, acrescentou.
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