Em plena pandemia, Bolsonaro e Guedes insistem em reduzir gastos com folha de salários de médicos, bombeiros, policiais, enfermeiros do SUS e demais servidores públicos
No mesmo momento em que o Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, é vestido com jaleco branco em homenagem aos médicos e a população aplaude nas janelas os servidores públicos de Saúde por sua dedicação no combate ao Coronavírus, o governo Bolsonaro insiste em defender o congelamento da folha de pagamento de servidores públicos.
São estes mesmos servidores públicos que estão combatendo o coronavírus que Guedes chamou recentemente de “parasitas”.
O governo diz que vai apresentar um projeto de lei que poderá até transferir R$ 40 bilhões aos estados e municípios para compensar as perdas de arrecadação, mas, desde que os reajustes salariais fiquem suspensos por dois anos.
Ou seja, uma chantagem completamente inoportuna e desumana. Guedes desdenha a gravidade da pandemia, solta a conta-gotas a ajuda emergencial de R$ 600 aprovada pelo Congresso e segura os recursos de estados e municípios. Ou seja, prossegue a perseguição do governo Bolsonaro aos servidores públicos, entre eles médicos e enfermeiros do SUS.
Criminosamente Bolsonaro e Guedes estão condicionando a liberação, que já deveria ter sido feita, de recursos emergenciais aos estados e municípios para o combate ao Covid-19 ao congelamento de salários.
Dinheiro para comprar insumos para testes, para respiradores, para a contratação de mais profissionais, etc.
Um absurdo total que essa discussão seja feita em plena pandemia. É duplamente criminosa essa exigência do governo de congelar salários de médicos, de professores, de enfermeiros e demais servidores públicos. Este dinheiro já devia estar sendo usado e mais servidores já deviam estar sendo chamados.
Exatamente quando o país se aproxima do colapso do sistema de saúde pública, com falta de leitos de UTI, de profissionais, de equipamentos de proteção individual (EPI) e de respiradores, provocado por essa política desastrosa de estado mínimo, o governo volta com a cantilena de arrocho, da retenção de verbas e congelamento de salários. Essa posição defendida por Guedes e Bolsonaro é a mesma que desmantelou a estrutura de saúde do país.